Esta é a sensação: abriste-me as portas do presente e eu entrei; e deixei a bagagem à frente das portas que me abriste. Esta é a sensação: a costa abrupta da Irlanda, o mar, o teu sorriso, que é abrupto também, e límpido e claro, o vento no teu olhar. Esta é a sensação: o passado reconstrói-se como um rio para ti, até ti. Esta é a sensação: a felicidade mora onde tu moras, ri quando ris, olha-me quando me olhas; e só deixará de ser quando deixares de ser. Como esta sensação.
Não sei mentir. Como sou me dou. E como és te recebo, leve e ligeira, “inagotable y pura”. Esta é a sensação: eu sou o negro, a escuridão, o breu, aquele que sem ti se afundaria no lamaçal, aquele a quem tu dás vida, aquele para quem tu és o ar.
Não sei mentir. Como sou me dou. E como és te recebo, leve e ligeira, “inagotable y pura”. Esta é a sensação: eu sou o negro, a escuridão, o breu, aquele que sem ti se afundaria no lamaçal, aquele a quem tu dás vida, aquele para quem tu és o ar.
Cascais, 04/01/2003
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.