19.10.11

O que se queria ouvir...

...há muito tempo. A ver como se concretiza. Que tal começar a pensar numa flat rate? Enfim, só para começar.

 "A crise é uma enorme oportunidade para reformar o país"

Diálogos potenciais

- Sabia amar, mas não sabia ser amado.
- Nunca é tarde de mais para aprender.
- Nunca é demasiado cedo para ensinar.

Insónias, lógica

Há muito tempo que deixei de tentar perceber a lógica interna das insónias: para que servem, o que as provoca? O que lhes põe fim, na ausência de um corpo ou de um comprimido?

16.10.11

Perplexidade

Como raio de carga de água é que a humanidade sobreviveu até agora é uma coisa que não cessa de me deixar perplexo. 


Há inegavelmente uma "tentação totalitária" no ser humano. Agora que não pode manifestá-la na política (pelo menos no Ocidente) manifesta-a nestas normas. Será que eles não têm mesmo mais nada que fazer com o nosso dinheiro? E são estes gajos pagos fortunas por mês.

Indignações democráticas

Como muito bem mostra o Pedro Correia aqui, onde há verdadeira democracia não há indignados.

15.10.11

Curiosidades giras

Não deixa de ser curioso, e giro, ver pessoas que nunca se incomodaram com as aldrabices de Sócrates falar das "aldrabices" de Pedro Passos Coelho.

Adenda: como também não deixa de ser giro, e curioso, ver economistas (ou melhor, artistas) acusarem este governo de provocar desemprego, quando toda a gente (menos os artistas, claro) está podre de saber que o desemprego tem que aumentar se quisermos sair do modelo "baixa produtividade / baixos salários". Qual a solução que esses artistas preconizam? Manter o modelo actual e tornarmo-nos subcontratantes da China (como de resto um deles propôs aos chineses)?

14.10.11

Pois

Exactamente como no tempo do artista & troupe.

"Governo proíbe políticos de receberem avenças na RTP"

Animais de várias espécies

Posts como este demonstram a necessidade absoluta de um inquérito minucioso aos anos Sócrates.

Claro!

"O governo devia é ter prometido aumentos para todos, que isto estava a correr bem!" É realmente uma violência gratuita, isto. Não se entende de todo porque elegemos sádicos para nos governarem. O artista-engenheiro e comparsas eram tão bonzinhos.

13.10.11

Feliz engano

Não ouvi o discurso mas tenho lido as reacções, e vi excertos aqui. Há duas ou três coisas que não percebo - porque é que, por exemplo, o Estado "aumentou" o horário de trabalho do sector privado e não se limitou a dizer que não tem nada a ver com isso (assim até poderia eventualmente devolver aos sindicatos a sua função original, que era defender os trabalhadores, e não defender agendas políticas); ou porque não criou mecanismos para mandar para casa os funcionários públicos que estão a mais, em vez de cortar subsídios a todos, sejam ou não úteis) - mas de uma maneira geral parece-me que me enganei, quando pensava que Pedro Passos Coelho não ia lá.

Vai, creio que sim, e que me enganei, seja Deus louvado.

PEC MMDCIX

Há pessoas que continuam a falar na não aprovação na AR do PEC IV como se fosse a origem de todos os males. Face àquilo que sabe sobre os buracos que continuamente vêem a luz do sol, face à execução orçamental dos tempos do artista cum engenheiro, não sei como qualificar essa obsessão. Que haveria no PEC IV que o faria diferente dos PEC I, II e III? Como, e porquê, mudaria a execução orçamental repentinamente?

Talvez fosse bom começarem por aqui antes de mencionarem o PEC IV. Ou o MMDCIX, onde provavelmente estaríamos agora.

11.10.11

Arte é aquilo que os artistas fazem

Li este post de uma das estrelas da Jugular School of Economics e pensei "não admira que esta malta da esquerda deixe as economias no estado em que as deixam, depois de lhes tocarem". Há pelo menos duas excepções, eu sei. Na Suíça, por exemplo, há um acordo de cavalheiros segundo o qual o ministério das finanças nunca vai para um socialista (uma das excepções foi um dos melhores ministros das finanças que o país já teve, um senhor chamado Otto Stich. Mas em Portugal Otto Stich passaria na melhor das hipóteses por um ultra-neo-liberal; e na pior por isso tudo mais -fascista no fim). Outra foi Bill Clinton, na minha opinião um grande presidente dos Estados Unidos. Mas imaginem o ruído que por cá se faria se por cá se fizesse ao "Estado Social" aquilo que Clinton lá lhe fez.

Mas isto seria uma refutação empírica, nada mais. A Nova Zelândia hoje está melhor do que estava antes de fazer a sua "revolução liberal"; o Reino Unido ditto antes de Margaret Tatcher. Mas como deve haver algumas dezenas de contra-exemplos, lá cairíamos na tal discussão "artística" que João Galamba diz ser o lugar do debate em economia (não admira que defenda o mais "artista" dos engenheiros que jamais vi, de raspão se diga).

Há outras refutações, felizmente. Aqui, por exemplo. E aqui.

Se fossem para o raio que os partisse ainda era pouco

Isto é como eles se tratam entre eles; agora imagine-se como é com os de fora.

Há quase três semanas pedi uma informação à ASAE. Fui à sede, nas Avenidas Novas, porque antes já tinha telefonado e disseram-me que não davam essas informações por telefone. Também não as dão no local. Enviei um mail, de cuja resposta estou -adivinhem - à espera ainda.

Claro que é melhor passar multas do que dizer às pessoas o que fazer para as evitar.

(Via 31)

10.10.11

Falta, palavras

Fazes-me falta. Tu e as palavras para dizer que me faltas. Roubaram-me as palavras, não sei quem ou o quê. Sei que agora me faltam as palavras e me faltas tu, e a falta que fazes faltam palavras para a dizer. 

(Para a T.)

8.10.11

Calor

Não sei como é o resto de Antigua, mas Jolly Harbour é desarmantemente quente. 

7.10.11

Uma pergunta

Que dirá disto a Jugular School of Economics? Que vamos ficar muitos mil milhões mais pobres? Que o interior, coitado? Que na Madeira são más, e no continente boas? Duas coisas não dirá de certeza: a) uma medida do bom senso; e b) uma amostra da megalomania, da idiotia, da incompetência e do regabofe do anterior Governo.

"Governo corta mil milhões em estradas"

PS: uma coisa é forçoso - e agradável - reconhecer: se os posts económicos do Jugular são, para um leigo como eu tanto como para menos leigos do que eu no mínimo contestáveis, a música é da melhor.

6.10.11

"Esta coisa de gostar de alguém"

...aqui. (Ao que percebi a coisa começou aqui.)

É sobre gostar de alguém, e tem períodos como "Quando gostamos de alguém, o alguém confia, sabe que se não atendemos ou não respondemos logo é porque alguma coisa na teia infinita dos múltiplos afazeres de cada um nos impediu de responder ou estar online. E não é porque essa coisa é mais importante que ele ou ela, é porque a vida também é feita de trabalho, de idas ao banco, de chatices e de reuniões que não acabam de acontecer na nossa agenda. Da mãe que nos pede ajuda, do chefe que nos pede um relatório, da amiga que está a sofrer, da EMEL que nos está a bloquear o carro ou do almoço que nos caiu mal."

Ou: "Quando gostamos de alguém, confiamos. Ah… esta é a parte mais difícil. Eu descobri isso agora. Quando finalmente descobri que confio em alguém. Que confiar em alguém é a maior prova de amor. Que aceitamos o outro. Que o outro nos aceita. E que sabe que se passamos a mão pelo braço de outro, e se nos rimos que nem perdidos com o que outro alguém diz, não é por mal. Não queremos ir para a cama com esse outro ou outra. Apenas gostamos de flirtar. E quando alguém gosta de nós aceita-nos como somos. Ainda que com queda para apreciar o menu da vida. Ser fiel por falta de opções é muito fácil, certo?"

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Isto é um desafio ao qual ninguém consegue resistir, não é? ("Ninguém num sentido muito restrito, claro.)

Gostar de alguém é uma prisão; e a liberdade é poder escolher as prisões. Gostar de alguém não é uma fatalidade, é uma escolha.

Gostar de alguém é um exercício prático de simetria; é simetria aplicada. É impossível gostar da dissimetria. A simetria é a base da evolução, A dissimetria é instável.

O amor é o encontro de duas liberdades, não o encontro de duas prisões; ou, pior ainda, o de uma prisão com uma liberdade.

Gostar de alguém é poder ser o que somos, como somos; porque se não formos, não somos, e ninguém pode amar quem não é.

Amar é bom; ser amado também. Se amar for um sofrimento, ou ser amado uma dor permanente não é de amor que falamos.

O amor não existe, como não existe o mar, o vento ou "as loiras". Há amores, mares, ventos e pessoas.

O amor é uma colecção de factos, e de actos; não um colar de esperanças, dúvidas ou interrogações.

O amor é uma diálogo de silêncios e gestos; não uma conversa ou uma declaração de intenções.

O amor é bom hoje; amanhã será melhor ainda. Se não for, não é.

O amor não é uma rede por baixo dos nosso medos; é um telhado por cima das nossas ousadias.

Amar é uma questão de pele e de medula; se ficar por uma ou não passar da outra não é amor, é medo.

O amor não é o fim da solidão: é o princípio de duas solidões. O amor não é solúvel na solidão, nem a dissolve.

O amor não é um muro que protege, é uma porta que se abre.

O amor é egoísta. Amar é amar-se, via um intermediário. O outro acaba, nós morremos. Não acredito em amores altruistas: não são amor, são uma doença.

O amor é uma opção: amo-te se (me deixares amar o que amo), se (me deixares ser quem sou), se. Não há amores absolutos. Ou melhor, há: morrem.

Amar é partilhar: este deserto à minha frente é porque tu és; e não seria se tu não fosses. O rum é melhor se tu estiveres a olhar para ele, se o provares, se o reprovares. O amor é uma presença no meio da ausência, uma presença no deserto, uma presença no mundo. Um amor que confunde presença com presença física equivoca-se, fica-se pela superfícia das coisas.

O amor é um olhar, um toque e uma palavra; por esta ordem.

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Amar é amar-te. O resto está para o amor como o café solúvel para o café, o chá em saquetas para o chá ou a cerveja sem álcool para a cerveja.

Amar é amar-te. O resto está para o amor como a música pimba para a música, ou um dia sem vento para a vida.

Amar é amar-te. O resto é uma ilusão de óptica. Uma ilusão,  tout court.

Vai FIAr para outro lado, pá

Excesso de velocidade? Estão a brincar? Essa é uma das raras e veneráveis qualidades dos nossos chauffeurs de praça. Por amor de Deus, livrem-se acabar com ele.

"A violação das regras de trânsito, sobretudo o excesso de velocidade, foi um dos pontos negativos encontrados pelos inspectores"

Socialismo, vigarice

5.10.11

Et puis merde!

Nunca fui fã da Apple, não alinho na histeria dos iTudo e sou pouco dado a sentimentalismos por quem nunca vi mais gordo. Mas esta morte entristece-me.

Steve Jobs lutou até ao fim, e ganhou.

Mais e melhor aqui.

Lata, muita lata

É realmente preciso lata, ou desfaçatez, ou seja o que for. O melhor que o PS podia fazer seria estar caladinho, quietinho, a esperar que passem e nos saíssem da memória (nunca sairão; se esbatessem) estes nefastos 6 anos. Infelizmente algo me diz que não é o que vai acontecer.

4.10.11

Isaltino 0 - Jardim 1

Prefiro Isaltino a Jardim, e não é por intuitivamente estar do lado do gajo que joga e perde. Abstraindo das respectivas qualidades na governação, Isaltino dá-me a vantagem de não ter que lhe pagar "a obra". Foi paga pelos que com ela muito ganharam. Já a do Jardim vai ser paga por nós todos - e não só a dele, mas também a dos que o rodeiam.

Apesar de pensar que o seu lugar é mesmo na prisão. Seu, deles, claro.

PS - Isto dito, não deixa de ser injusto que um gajo que não roubou um contribuinte que fosse vá para a prisão, enquanto quem nos dilapida de milhares de milhões anda por aí em libertés e fraternités.

Ora bolas...

...lá se vai a reforma do Estado e outras coisas assim.

Um exercício interessante

Aposto que o seria ainda mais se feito por exemplo, com os discursos do Sócrates. Ou melhor ainda: comparando os efeitos de uns e de outros.

Em três meses este governo conseguiu o que Sócrates não conseguiu em seis anos, por exemplo, com a demissão do nefasto João Cordeiro da ANF. Este governo, é forçoso reconhecê-lo, tem feito algumas asneiras; e tem sido lento a fazer coisas que já deviam ter sido feitas. Mas comparado com os anteriores é uma espécie de nirvana. E sê-lo-á ainda mais, espero.

3.10.11

Lição

Isto parece-me uma notícia tão boa que ainda estou à espera de ver o homem dizer que não, que afinal não se demite. O Sócrates devia aprender como se faz: não é com discursos que se lá vai.

"Farmácias: João Cordeiro demite-se contra decisão do Governo"