A chuva ontem foi-se subitamente e ficou só a metade fria e ventosa da frente. Hoje até essa se foi embora e está um dia magnífico, tão domingo, "tão sem vento". Quando cheguei à Friedrich Engels (ex- Duques de Connaught) tudo estava branco, um branco azulado, envolvente: nem a Xefina se via. Ao longe tudo era branco, branco, quase azul: um navio que entrava no porto, os restos do Hotel 4 Estações, a areia da praia, o ar, os pescadores na baía.
Tudo branco, tão domingo. Lembro-me de um poema que escrevi há uns anos, "mon âme est blanche / comme un dimanche matin dans une ville étrangère" e realizo que estou condenado a viver em cidades estrangeiras para o resto dos meus dias.
Maputo, 1998 (?)
PS 2004 - não estou, não.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.