4.10.04

Toulouse

Nas ruas estreitas e circulares, o vento sopra, felizmente. De passagem, irrequieta as poucas saias que ainda se vêem. A idade média das pessoas é de 20, 21 anos, e a dos carros também, porque estamos numa cidade universitária. Aquilo a que um amigo chama "carne arrogante" está em todo o lado, e pergunto-me se quando tínhamos esta idade elas (e eles, há que reconhecê-lo, mesmo que não seja o meu departamento) eram tão apetecíveis, tão arrogantes, justamente, na expressão de uma sexualidade que se descobre ao mesmo tempo que descobre a liberdade, a vida longe da família, o desejo satisfactível sem problemas de maior. Não sei, não me lembro.

As livrarias são enormes, desmedidas para a cidade. Chamo a atenção, particularmente, para a Ombres Blanches: levem a bolsa carregada e a agenda vazia, é daquelas de onde é mais difícil sair do que de um útero.

Com a arquitectura não fiquei particularmente entusiasmado: nem muito feia, nem muito bonita, antes pelo contrário. Com os restaurantes, a sorte foi mista: um bom, um mau, um médio/bom. Sobram as catedrais, muitas, que os Cátaros andavam perto, e a incessante animação cultural, um pouco tendente para o lado esquerdo do tabuleiro mas - a julgar pelas duas ou três exposições que vi - relativamente interessante.

Enfim: não se desviem muito do caminho para lá ir, mas tendo que o fazer o tempo não será completamente perdido. E com uma boa companhia, um calor generoso, um futuro optimista e um passado esquecido - será bom.

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