12.2.05

As raízes do possível

Regressemos então às coisas importantes: Leonard Cohen, o rum "Habitation La Favorite", o facto singelo de ires esperar-me ao aeroporto, a neve, mais cinza que branca, ou o céu, mais cinzento que azul, como de costume; regressemos a essas coisas simples, mas essenciais: é nelas que se funda a esperança, se afundam todas as impossibilidades; elas são as raízes do possível.

Porque o possível é feito de coisas assim: uma memória e uma esperança chegam para o construir. Um bom livro, uma boa música, um bom olhar, um seio bonito, uma pele que se oferece, um desejo que se satisfaz, um amanhã que promete, um ontem que se manteve hoje, um promessa por cumprir e outra que se cumpriu, um adjectivo justo (se é que tal coisa existe), um verbo apropriado, um substantivo feliz, um diálogo fluido.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.