Que há, na estrutura de um cristal, que o torna diferente de outro? Que há no tempo que o torna diferente de outro tempo? Que há em mim que me torna diferente do outro eu? Só de dentro se pode saber. Sabê-lo-ei, um dia?
Porque é diferente a luz, hoje? A cidade é a mesma, o mar. O sol põe-se e, como ontem, como amanhã, não há um sopro de vento. As pessoas são as mesmas, o calor, a distância, a solidão. Essa não muda. Não é preciso estar por dentro para a distinguir. É sempre a mesma coisa: eu estou longe, tu estás longe, e o futuro nunca mais é presente. O futuro nunca será radioso.
- Nunca foi - respondes, com o habitual sorriso trocista ao canto do olho.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.