Passam os dias, e passam-se dias em que não pensas nela. Ou por vezes pensas, mas com nostalgia, onde antes só entrava o desejo. Ela afasta-se, a imagem dela, como nos dias de lua cheia em que o sol é progressivamente substituido pela lua, que também ilumina, mas menos. Um dia até a lua deixará de aparecer.
Por vezes lembrar-te-ás de quanto era bom acariciá-la, ouvir-lhe uma ironia, apertá-la nos teus braços. Mas pouco mais: as histórias que acabam bem acabam assim, e dela reterás uma imagem, talvez duas: sentada no muro da igreja, a primeira vez que a viste no aeroporto, uma vez ou outra vez que o amor a tenha deixado particularmente bela.
Essas imagens não desaparecerão. "Solo una cosa no hay", lembra-te: "Es el olvido". Mas aprenderás a viver com elas: ido o desejo, e depois a dor, apenas fica uma mistura difusa e agradável da nostalgia que a felicidade deixa, sempre, por onde passa.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.