23.10.06

Ruy Belo

às vezes apetece-me citar Ruy Belo, um poeta que não faz, infelizmente, parte das minhas leituras habituais. Versos como

"É antes do anoitecer suavíssimo dos deuses
antes do começar da sombra rente às árvores..." ou

"o vento vem na sua suavíssima voz e toda a gente morre de súbito para mim",

ou ainda "quando entre a noite e nós se estabelecia um parentesco cúmplice
visível em mansões quadradas devassadas por inumeráveis ventanais..."

Ruy Belo estabelece "um parentesco cúmplice" entre as palavras e nós, entre nós e o mundo, entre nós e a emoção, entre a razão e a emoção, entre o mundo que vemos e o mundo que sentimos.

"Se houvesse inferno eu era do inferno
E se à vida alguma coisa me dá um sentido
É ter uma costela de maldito".

Maldito sentido, de passagem seja dito...

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