2.7.07

Os pequenos ditadores, ou "Desculpe, mas não pode..."

Uma vez trabalhei numa empresa cujo director em Durban tinha a alcunha de Piccolo Dittatore (a empresa era italiana, se bem que a sede fosse em Genève). Nunca o conheci pessoalmente - falei com ele duas ou três vezes ao telefone, e gostei da maneira rápida, profissional e seca com que ele resolvia os mais variados problemas - era tão bom nisso que depois se demitiu da empresa para montar e dirigir o desafio sul-africano à America's Cup (cada vez que penso que a África do Sul já o fez, e Portugal ainda não, tenho uma pontada de dor que me asfixia durante trinta minutos, pelo menos). Enfim, passemos.

Vem isto a propósito de um post do Júlio Quirino no seu Ferrugens (um blog excelente para quem gosta de vela, e de fotografia, de passagem seja dito). O Júlio não o diz, mas as 300 embarcações que ele menciona no post incluem vários Perini (não encontrei um bom link), o Maltese Falcon, que é a mais espectacular, mais fascinantemente bonita coisa recentemente saída de um estaleiro (Perini, por sinal), vários maxis, etc. - (as nossas autoridades passam a vida a falar dos 16 milhões de euros que custou o evento; para terem uma medida de comparação, esse deve ser o preço do mais pequeno dos Perini). Acrescente-se que 300 barcos daqueles significam 4 ou 5 mil pessoas, ligeiramente mais do que os 1500 do nosso Campeonato.

E tudo isto para que meia dúzia de palermas, armados em Pequenos Ditadores (mas sem um décimo da metade de um terço da classe do original), possam arejar os seus desprezíveis (e a maioria das vezes desprezados) egos e mostrar às pessoas "quem manda".

Que o diabo os arrebanhe todos e os carregue daqui para fora o mais depressa possível.

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