Pouco a pouco regresso a Lisboa. Olho para a mesa ao lado e ao princípio assusto-me: quase posso advinhar-lhes a casa, a mulher, o cheiro a chulé - só ficam de fora os clubes de futebol a que cada um pertence. Depois, corrijo: this is where I belong to; c'est mon appartenance. Assim, em francês e inglês no original.
É aqui que eu pertenço, a estas tascas onde já não se pode beber uma aguardente caseira se não se for conhecido, e bem, do proprietário (nesta não sou. Tenho que beber uma dessas coisas de marca); onde se come bacalhau e bebe vinho tinto a dois euros e meio o jarro e os empregados são o que são, não são brasileiros, chineses, franceses ou intelectuais. A tasca é feia, claro - até no nome (chama-se Tachadas), mas come-se bem e não é cara e é de onde eu pertenço.
É a minha gente, os meus gostos, o meu passado e, Inch' Allah, o meu futuro.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.