12.10.07

Salvador da Bahia - III

Chove a rodos. Sem transição, o sol aparece, ofuscante. O calor e o cheiro são nauseabundos. De um lado da bomba de gasolina, um talho, com as carne todas à vista, penduradas. Do outro, pescadores arranjam peixe. O cheiro é uma mistura de: esgoto (predominante), gasolina, peixe, talho, fumos de escape (estou no centro, o trânsito é intenso) - não há nada que não seja intenso,nesta cidade: a começar na paisagem e na sua terrível degradação e a acabar no sorriso das pessoas.

À noite não se pode andar na rua, em lado nenhum. É frustante, como ter uma mulher bonita ao lado na cama e não lhe poder tocar. A comida é deliciosa. António, um músico / guia turístico / futura estrela e ex-emigrante brasileiro em Paris diz-me que o maior atractivo de Salvador é a "qualidade de vida"; "não é, António", não-respondo. "É a vida, sem mais nada, e a vida não tem qualidades, nem defeitos. É como a chuva, o sol, o barulho, o cheiro, a quantidade alucinante de carros, a beleza das mulheres da tua cidade. É a vida".

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.