... reflecte-se, é um dado comum, na sua (deles) resistência a contratar pessoal qualificado. Eu, que por acaso sou empresário, português, não tenho nenhum curso superior, só contrato pessoal superiormente formado (e, inclusivamente, já ofereci cursos de post-graduação) começo a estar um bocadinho farto desta ladaínha.
Não sei que dizer: o português escrito é, no mínimo, confrangedor, e obriga-me a corrigir tudo o que sai da empresa; a cultura geral é nula, abaixo de nula, nauseante; línguas, só de gato; a vontade de aprender é pequena - tanto o português como a cultura são coisas, aparentemente, "em desuso", ou "de velhos". A maioria das ou dos jovens não sabe o que é uma percentagem - isto é, não percebe o conceito de percentagem (já tive quem me pedisse uma calculadora para calcular 10% de um preço, e não foi só em Moçambique) - não sabe falar, escrever ou vestir-se, e só está na empresa porque não tenho dinheiro para contratar pessoas mais velhas, com ou sem curso superior. Caso contrário estaria onde deveria estar - isto é, no desemprego.
"A face visível da baixa qualificação dos empresários portugueses reflectida nos números do desemprego do pessoal mais qualificado do país. Quem não detém o conhecimento, não o valoriza: para a maior parte dos nossos empregadores, mais qualificação apenas significa aumento de custos com salários. Daí a necessidade de desenvolver políticas que revertam esta situação, conjugando acções de formação e de sensibilização do nosso tecido empresarial com incentivos ao emprego de pessoal qualificado ".
O desemprego dos jovens formados é a face visível da fraquíssima qualidade dos nossos ensinos secundário e superior, e não da "baixa qualificação" dos empresários. E as únicas "políticas a desenvolver" são as do ensino - não seria sequer preciso inventar muito (seria mesmo melhor não inventar nada).
Não sei que dizer: o português escrito é, no mínimo, confrangedor, e obriga-me a corrigir tudo o que sai da empresa; a cultura geral é nula, abaixo de nula, nauseante; línguas, só de gato; a vontade de aprender é pequena - tanto o português como a cultura são coisas, aparentemente, "em desuso", ou "de velhos". A maioria das ou dos jovens não sabe o que é uma percentagem - isto é, não percebe o conceito de percentagem (já tive quem me pedisse uma calculadora para calcular 10% de um preço, e não foi só em Moçambique) - não sabe falar, escrever ou vestir-se, e só está na empresa porque não tenho dinheiro para contratar pessoas mais velhas, com ou sem curso superior. Caso contrário estaria onde deveria estar - isto é, no desemprego.
"A face visível da baixa qualificação dos empresários portugueses reflectida nos números do desemprego do pessoal mais qualificado do país. Quem não detém o conhecimento, não o valoriza: para a maior parte dos nossos empregadores, mais qualificação apenas significa aumento de custos com salários. Daí a necessidade de desenvolver políticas que revertam esta situação, conjugando acções de formação e de sensibilização do nosso tecido empresarial com incentivos ao emprego de pessoal qualificado ".
O desemprego dos jovens formados é a face visível da fraquíssima qualidade dos nossos ensinos secundário e superior, e não da "baixa qualificação" dos empresários. E as únicas "políticas a desenvolver" são as do ensino - não seria sequer preciso inventar muito (seria mesmo melhor não inventar nada).
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.