Cais
Um navio parte, para onde
não se sabe; e outro chega, de onde
não se sabe. É onde se está, no chão
que se pisa, que a terra oferece
um centro a quem não tem
para onde ir. Porém, quando
um braço acena ao navio que parte,
é como se não houvesse cais
nem destino. O centro desloca-se
para o fundo do horizonte,
e é como se o vento do largo
empurrasse o corpo para onde
não se sabe, como se não
tivesse onde ficar.
Nuno Júdice, aqui.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.