22.6.08

Notas do dia

a) Começou bem, no "Lisboa Vista do Tejo", para ouvir e ver a apresentação dos planos da Câmara para a Frente Ribeirinha de Lisboa. Nem tudo está perdido: desta vez, a APL não conseguirá colocar toda a gente perante factos consumados. Enfim, parece-me;

b) Por causa de um SMS que recebi - ou enviei, vá saber-se - ia-me encastrando num desgraçado que estava atracado à entrada da Doca do Espanhol. Felizmente ele assobiou e eu encontrei a marcha a ré a tempo. É - devo prevenir? - a única situação em que faço marcha a ré;

c) Quem já me viu sabe que sou gordo, careca e surdo; quem me conhece, que tenho pouca paciência; cada vez menos, quem me conhece bem.

Praticamente ninguém sabe - com a feliz excepção dos 4 leitores anuais deste blogue - que infelizmente me dou bem com este status quo, e pouco faço para o mudar;

d) Também sou ingénuo - hoje entrei no Bica-me para comprar leite, porque no exterior está escrito que aquilo é, entre outras coisas, uma mercearia. Vi logo que a miúda era bonita demais para merceeira. O ar de espanto dela, acoplado a um incontrolável (mas bonito) sorriso, acabou de me convencer: aquilo não é, entre outras coisas, uma mercearia. Mas as miúdas são giras - a putativa merceeira e as declaradamente clientes;

e) Jantar (aka serviço público): o Café Malaca é indubitavelmente um grande restaurante. Lamentavelmente, apareceu na televisão "duas vezes", informa-me a orgulhosa proprietária. Por mim, acho totalmente justificado e francamente injusto - gostava de lá ir quando aquilo estava vazio: a minha solidão ia com o lugar. Agora, está cheio de beautiful people; um troglodita só ao balcão se pode sentar. Continua a ser agradável, claro; mas eu preferia que aparecesse rapidamente outro restaurante na televisão, para poder encontrar uma mesa quando lá vou impromptu;

f) 3 horas de navegação sozinho, e um pouco mais com um tripulante, agradável: talvez haja melhores maneiras de passar o tempo do que numa embarcação de vela com 15 a 20 nós de vento. Mas são poucas (e cumuláveis, mas isso é outra história);

g) Gosto da palavra "bardamerda". Uma vez, ouvia-a na televisão, dita por um almirante. Hoje empreguei-a duas vezes, o que é, para mim, uma raríssima excepção: não gosto de palavrões, e só de vez em quando os uso, como os (outra vez) leitores deste blog podem verificar. "Bardamerda" é uma excepção, tanto mais feliz quanto justificada. Hoje usei-a duas vezes, e não consigo, por mais que tente, arrepender-me;

h) Ouvi, creio que pela primeira vez, uma música de Quim Barreiros, cantada ao vivo por três jovens (e medíocres) músicos empoleirados num palco a dois metros e meio do solo na rua da Bica. Tinha a ver com a cozinha e o cheiro a bacalhau. Aquele homem é um grande poeta;

i) Finalmente: conheci, via Jansenista, um magnífico blog.

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.