Há muitos anos fui jantar a um restaurante com uma namorada que entretanto se fatigou, justificadíssima e justamente, das minhas desesperadas tentativas para me apaixonar por ela. Hoje voltei lá, sozinho [lembram-se, quando "sozinho" tinha um acento grave, igualmente justificado?]. Não guardei grandes recordações do restaurante: não sei se a horrível televisão lá estava, uma coisa que não nos sai do campo visual, incómoda como um mosquito que nos picou numa noite de bebida; e se a cozinha está melhor ou pior - na altura não saímos, recordo-me, nem muito agradados nem muito desagradados (aliás, não voltei lá durante todos estes anos; e só fui hoje porque queria estar com ela, um bocadinho).
As diferenças são poucas, provavelmente; vejo a cadeira à minha frente e vejo-a a ela também, com um olhar bonito, triste e irónico ao mesmo tempo; e apercebo-me, coisa de que na altura só suspeitava, que o amor é muito mais do que a soma das suas partes, das circunstâncias e da vontade. Ou muito menos, vá saber-se.
As diferenças são poucas, provavelmente; vejo a cadeira à minha frente e vejo-a a ela também, com um olhar bonito, triste e irónico ao mesmo tempo; e apercebo-me, coisa de que na altura só suspeitava, que o amor é muito mais do que a soma das suas partes, das circunstâncias e da vontade. Ou muito menos, vá saber-se.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.