"Só faço asneiras", diz a morena na mesa ao lado. Deve ter entornado qualquer coisa, e ri-se toda, gulosa, linda. São três: uma loira de nariz afiado como a proa de um contratorpedeiro e string "leopardo" à vista (dá-se ares de fera na cama, mas não sei o quê diz-me que não deve passar de um falso alarme); um tipo de cabelos muito curtos, barba muito curta e infinita banalidade; e a morena que "só faz asneiras", com aquele ar de santa inocência que só as morenas conseguem - e mesmo assim, depois de muitas e muitas horas de treino à frente do espelho, suponho. Oiço-a rir, vejo-lhe de soslaio os olhos e penso que sim, só deve fazer asneiras.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.