13.10.08

Conselhos

Hoje fiquei para jantar no Gambrinus. "Fiquei" porque na realidade é lá que começo os dias, todos os dias. Aquilo abre ao meio-dia para o público em geral, mas a mim deixam-me entrar a partir das 9 e meia, que é quando acordo e saio de casa. Vou lá tomar o pequeno almoço: dois Gambrinus (para quem não sabe, uma mistura de cerveja branca e preta servida à pressão), e dois croquetes com piri-piri da casa (para quem não sabe uns dos melhores - mas não, infelizmente, os melhores - croquetes de Lisboa).

Há dias em que acabo por lá ficar, como hoje. Almoço - uma coisa simples, tipo prego, ou bife - e depois janto. Isto acontece quase sempre às quintas-feiras, que é o dia do empadão de perdiz - esse sim, o melhor do país, creio (na realidade, nunca comi empadão de perdiz noutro sítio, mas aquele é tão bom que não deve haver melhor).

O Gambrinus (para quem não sabe, um restaurante de Lisboa) devia ser de visita obrigatória para quem não tem dinheiro - seja de uma forma permanente ou, simplesmente, numa passagem difícil: não conheço melhor motivador (para os frequentadores da Santa Casa da Misericórdia, da sopa dos pobres, do supermercado da comida, coitados: aposto que na Rua das Taipas se come muito pior).

Ir ao Gambrinus todos os dias (ou pelo menos frequentemente) ajudaria a perceber porque é melhor ter dinheiro do que não ter, etc.. Infelizmente, comigo ainda não funcionou a cem por cento: o lado da motivação está cá, mas o dos resultados faz-se esperar um bocadinho. Por isso lá vou, quotidianamente, em penitência: pelo menos vou tomando uns pequenos almoços decentes, enquanto me motivo para ir jantar, todos os dias.

6 comentários:

  1. (sonora gargalhada)
    :-)

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  2. Um pequeno-almoço decente, croquetes com piri-piri e cerveja??? Caramba, Luís, nem quero pensar no que será o seu pequeno-almoço quando a motivação der lugar a resultados palpáveis... :-)

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  3. Bem, Ana, depois volto ao normal: acrescento-lhe o porridge, as salsichas, o tomate frito, um bocadinho de feijão, os ovos estrelados (dois, sunny side up), o milho cozido, o whisky e, claro, o bacon frito.

    Mas isso é só para quando as coisas estiverem melhor.

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  4. Para seu próprio bem, desejo-lhe então muitos anos de pobreza franciscana...

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  5. Luís, que boas recordações me trouxe com este «post». :-)
    E não, não aceito que os croquetes do Gambrinus não sejam os melhores do mundo! :-(
    P.S.: Nunca comi esses croquetes ao pequeno-almoço. Mas, às vezes, ceava um chocolate quente com... croquetes.

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  6. O lugar de "melhor croquete do mundo" já está ocupado, Luísa, e temo bem que para toda a eternidade: trata-se dos croquetes que um cozinheiro chamado Jonas que tivémos em Moçambique fazia. Enquanto me lembrar do Jonas e daquelas obras-primas de sabor, pequenas, macias, deliciosas, os melhores croquetes do mundo são os deles - assim mesmo, com o verbo no presente do indicativo.

    Ana, obrigado pelos seus votos de pobreza franciscana: sou efectivamente uma pessoa frugal.

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.