12.10.08

Contra o romantismo

O romantismo trouxe-nos várias desgraças: o amor, a mistura deste com o sexo e o casamento (que depois começou a ter que ser para sempre) e - graças ao conceito de fatalidade, subjugação a forças incontroláveis e balivernas no género - a felicidade.

O direito à felicidade - pior ainda, o dever de ser feliz - é a maior fonte de infelicidade dos tempos modernos. Que passe depressa.

3 comentários:

  1. Não posso estar mais de acordo, Luís. O "dever de ser feliz" impede-nos de apreciar a vida como ela se nos oferece, e de pensar um bocadinho mais na felicidade dos outros. Corrosiva mas muito sábia, esta sua afirmação.

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  2. Meu Caro Luís,
    Já dizia Goethe, o Clássico é a Saúde, o Romântico, a Doença. Só uma reserva: é verdade que a mistura do amor com o casamento foi uma má acção desse movimento, mas o carácter perpétuo da instituição conjugal era anterior, porque não-alicerçado, forçosamente, no sentimento amoroso, tantas vezes mais passageiro...

    Sobre o "Direito à Felicidade"... está incrito na Constituição Americana, é o pior que se pode dizer dele.
    Abraço

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  3. É certo, Paulo; mas havia mecanismos - a tolerância, uma curta esperança de vida - que aliviavam o casamento do seu carácter "perpétuo".

    O "ê feliz ou sê parvo" é uma das piores tiranias dos dias de hoje. Passará, como todas, Ana.

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.