Há leitores deste blog - e leitoras, forçoso é reconhecê-lo - que pensam que eu não tenho vida. Quero aqui deixar uma contestação formal - violenta, mas formal - dessa ideia. Não só tenho uma vida como até já tive várias.
Já fui, por exemplo, provador de vodka na Rússia, e de enfermeiras na Namíbia; já participei em experiências sobre a resistência inata ao SIDA em Moçambique e sobre a cultura geral das jovens universitárias no ex-Zaire, hoje Congo e sempre desaire; já me embebedei com mezcal em Johannesburg - Jo'burg para os íntimos - e com cinema na Venezuela; conduzi automóveis em sítios onde nem cabras andariam; tive armas apontadas à cabeça e apaziguei assassinos com cigarros Marlboro; nadei com tubarões nos Açores (era só um, espero) e com amantes em várias praias.
Essa ideia de a vida ser um cheque ao fim do mês, pronto a ser gasto no Gambrinus (cf. abaixo) ou no Pavilhão Chinês; em automóveis potentes ou livrarias fotogénicas; em mulheres bonitas ou restaurantes infames devia ser abandonada, rapidamente abandonada - ou pelo menos repensada.
Vida é aquilo que nos faz ir para a cama todos os dias e perguntar-nos se amanhã acordamos com prazer, ou nos Prazeres; no mar da China, às mãos de rufias russos, cocaínomanos venezuelanos, ou de um soldado burundês bêbado; nas tuas centenas de olhares, ou nos teus milhares de adeuses.
Já fui, por exemplo, provador de vodka na Rússia, e de enfermeiras na Namíbia; já participei em experiências sobre a resistência inata ao SIDA em Moçambique e sobre a cultura geral das jovens universitárias no ex-Zaire, hoje Congo e sempre desaire; já me embebedei com mezcal em Johannesburg - Jo'burg para os íntimos - e com cinema na Venezuela; conduzi automóveis em sítios onde nem cabras andariam; tive armas apontadas à cabeça e apaziguei assassinos com cigarros Marlboro; nadei com tubarões nos Açores (era só um, espero) e com amantes em várias praias.
Essa ideia de a vida ser um cheque ao fim do mês, pronto a ser gasto no Gambrinus (cf. abaixo) ou no Pavilhão Chinês; em automóveis potentes ou livrarias fotogénicas; em mulheres bonitas ou restaurantes infames devia ser abandonada, rapidamente abandonada - ou pelo menos repensada.
Vida é aquilo que nos faz ir para a cama todos os dias e perguntar-nos se amanhã acordamos com prazer, ou nos Prazeres; no mar da China, às mãos de rufias russos, cocaínomanos venezuelanos, ou de um soldado burundês bêbado; nas tuas centenas de olhares, ou nos teus milhares de adeuses.
Tinha posto um anterior post do Don Vivo no meu Cata-Ventos, mas troquei-o por este, que acho ainda melhor. Espero que não se importe.
ResponderEliminarEsta "rajada" de posts de hoje é de luxo, Luís!
Não me importo nada, Ana, antes pelo contrário: que bom é. Obrigado.
ResponderEliminarPara mim, sua fidelíssima leitora, não precisava de fazer este «post». Sempre pensei que o Luís tinha vida demais. ;-D
ResponderEliminarP.S.: Mas ainda bem que o fez. Vejo aí algumas novidades…