São três da manhã e já hoje te disse, duas - ou três? - vezes para não dizeres a ninguém aquilo que todos os dias te digo, todo o dia. Não digas que te amo, porque não é verdade; nem que não te amo - tão pouco o é. Não digas que jantei hoje contigo, ou vou jantar amanhã, ou almocei ontem; não digas que nos amámos, ou não.
Não digas nada, porque nada do que eu digo, ou fiz, foi. Não digas nada, porque nada do que és foi, é. Tu és uma miragem que aconteceu a quem saiu do deserto; um deserto de quem não é, és uma duna num mar de areia, uma gota de água num deserto onde há séculos não chove.
Não digas nada, porque uma gota pode ser toda a água do mundo, um grão de areia o mundo todo, o deserto a vida, todas as vidas.
Não digas nada, porque nada do que eu digo, ou fiz, foi. Não digas nada, porque nada do que és foi, é. Tu és uma miragem que aconteceu a quem saiu do deserto; um deserto de quem não é, és uma duna num mar de areia, uma gota de água num deserto onde há séculos não chove.
Não digas nada, porque uma gota pode ser toda a água do mundo, um grão de areia o mundo todo, o deserto a vida, todas as vidas.
Gosto mesmo muito destes seus posts melancólicos.
ResponderEliminarÉ um estilo muito seu que aprecio bastante, não obstante eu preferir que não haja muita melancolia no amor ou nos afectos.
:-)
Ora, Fugidia, a melancolia é a única barreira que há entre o amor e o ridículo.
ResponderEliminarNão acha?
de um intimismo insuperável Caro Luís .. tal como os pedaços de fotografia que nos vai deixando ver aqui em sua casa.
ResponderEliminarParabéns.
Obrigado, Once.
ResponderEliminarO texto é lindíssimo, Lúís, e devia ser complementado pela pérola do seu comentário: "A melancolia é a única (a última?) barreira entre o amor e o ridículo". Brilhante.
ResponderEliminarFaço minhas as palavras da minha irmã (esta já aqui de cima). O comentário consegue ser melhor que o texto.
ResponderEliminarParace que vamos conhecer um dia destes.
Bjs.