«Rir torna-nos invencíveis. Não como quem vence sempre, mas como quem não desiste. »
Frida Kahlo.
15.12.08
Se tu quisesses
Se quisesses ser adorada, eu adorar-te-ia; ou amada: amar-te-ia. Não queres. Deixo-te flores à porta, por vezes, à noite e às escondidas. Essas aceitas: preferes ser admirada.
A questão – para além do meu acordo de princípio às posições da Fugidia e do Luís – pode também ter a ver com a natureza do «investimento». E eu diria que, entre adorar, amar ou admirar, o primeiro é o sentimento mais inconsequente, o segundo, o mais satisfatório, mas o terceiro, o mais durável. ;-)
Nos felizmente longínquos começos da minha adolescência, Luísa, descobri uma fase cujo autor esqueci, completa e irremediavelmente. Dizia "em todos os casais há um que ama e um que se deixa amar". Na altura pareceu-me uma grande verdade. Hoje sei que o é - com grandes excepções. A vida afectiva de muitos de nós consiste na busca permanente dessas grandes (e raras) excepções.
Basta substituírmos o verbo, como naqueles exercícios de linguística sobre o paradigma, e o sintagma; tudo se mantém - a verdade, a excepção e a busca.
Isto dito, conheço um casal que mistura alegre (e não sei se conscientemente) os quatro ingredientes desta história: a adoração, o amor e a admiração, e uma assimetria que chega a ser bela, de tão sólida, perene, estruturante, pálpavel, visível, coerente. E são felizes, há mais de trinta anos.
No amor, como na arte, a tensão entre as excepções e a regra é mais importante que uma, ou outra.
Ser adorada não tem muita graça. Admirada ainda vá: o que nós gostamos mesmo é de ser amadas. Mas nunca às escondidas :-D
ResponderEliminarO mesmo se aplica, cara Fugidia, no outro sentido: é melhor amar. Adorar é muito cansativo e admirar (sobretudo às escondidas) muito frustante... :-)
ResponderEliminarNem mais, caro Luís.
ResponderEliminarNão obstante, acrescentaria que o melhor mesmo é amar... e ser amado ;-)
De acordo sem quaisquer reservas, cara Fugidia. Nada como a simetria...
ResponderEliminarA questão – para além do meu acordo de princípio às posições da Fugidia e do Luís – pode também ter a ver com a natureza do «investimento». E eu diria que, entre adorar, amar ou admirar, o primeiro é o sentimento mais inconsequente, o segundo, o mais satisfatório, mas o terceiro, o mais durável. ;-)
ResponderEliminarNos felizmente longínquos começos da minha adolescência, Luísa, descobri uma fase cujo autor esqueci, completa e irremediavelmente. Dizia "em todos os casais há um que ama e um que se deixa amar". Na altura pareceu-me uma grande verdade. Hoje sei que o é - com grandes excepções. A vida afectiva de muitos de nós consiste na busca permanente dessas grandes (e raras) excepções.
ResponderEliminarBasta substituírmos o verbo, como naqueles exercícios de linguística sobre o paradigma, e o sintagma; tudo se mantém - a verdade, a excepção e a busca.
Isto dito, conheço um casal que mistura alegre (e não sei se conscientemente) os quatro ingredientes desta história: a adoração, o amor e a admiração, e uma assimetria que chega a ser bela, de tão sólida, perene, estruturante, pálpavel, visível, coerente. E são felizes, há mais de trinta anos.
No amor, como na arte, a tensão entre as excepções e a regra é mais importante que uma, ou outra.
a) Creio;
ResponderEliminarb) Errata: no fim do comentário anterior, ler "do que uma, ou outras".