O post anterior trouxe-me à memória uma história que se calhar já aqui contei: em Paris um dos meus bares favoritos é (ou era*) o Caveau de la Huchette. O barman era um algarvio exuberante, dono de um grande bigode, uma prodigiosa memória e uma prodigiosa barriga também (este "também" devia vir antes do segundo "prodigiosa"; aqui é obscuro).
Uma vez passei um par de anos sem o ver. Quando lá voltei, a barriga do Inácio tinha desaparecido, completamente. Nem traços, nem um bocadinho de uma parte de um segmento de linha redonda naquele ventre.
- Inácio, bolas, o que é que fizeste à barriga, homem? - perguntei-lhe.
- Casei-me.
* - digo "era" porque o Inácio reformou-se, por um lado, e aquilo mudou de donos, por outro (estes dois factos não foram simultâneos. Os novos donos detestavam o Inácio, e só o aguentaram lá por estar perto da reforma - a indemnização seria enorme). Apesar de saber que uma coisa que tem 300 anos sobrevive à saída de 500 Inácios e 500 donos suspeito que nunca mais lá passarei horas como as que passei. Aliás, veja-se o novo site, um horror.
Uma vez passei um par de anos sem o ver. Quando lá voltei, a barriga do Inácio tinha desaparecido, completamente. Nem traços, nem um bocadinho de uma parte de um segmento de linha redonda naquele ventre.
- Inácio, bolas, o que é que fizeste à barriga, homem? - perguntei-lhe.
- Casei-me.
* - digo "era" porque o Inácio reformou-se, por um lado, e aquilo mudou de donos, por outro (estes dois factos não foram simultâneos. Os novos donos detestavam o Inácio, e só o aguentaram lá por estar perto da reforma - a indemnização seria enorme). Apesar de saber que uma coisa que tem 300 anos sobrevive à saída de 500 Inácios e 500 donos suspeito que nunca mais lá passarei horas como as que passei. Aliás, veja-se o novo site, um horror.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.