Le bar est très petit; un minuscule bar à vins avec trois ou quatre tables et une musique superbe, parfois. Derrière il y a une terrasse, petite elle aussi; mais on ne peut y aller qu'en été.
Os portugueses descobrem os vinhos, as viagens, as lojas "gourmet" (é impossível não ouvir as conversas das outras mesas, sobretudo se se está sozinho e com os sentidos hiper-sensíveis) com uma ingenuidade enternecedora, por vezes; outras, com um insuportável pedantismo - mas sempre com um entusiasmo notável.
Naquela mesa não é o caso. São três, aparentemente todos professores, e todos residentes ou ex-residentes no estrangeiro. A senhora tem um rosto particular: não é muito bonita, mas tem um olhar e uma voz doces como o fim de um dia na Barra, daqueles em que o sol quase parece pedir desculpa à cidade por ter de se despedir, muito gentilmente. Fala suavemente, em frases bem construídas e articuladas. Nas vírgulas sorri; nos pontos e vírgula também, um bocadinho mais demoradamente. Nos pontos, olha para cada dos seus companheiros, como se lhes perguntasse "perceberam? posso continuar?". Não percebo de que é professora, mas deve ser excelente - como pedagoga, mulher, mãe, pessoa.
Um dos seus colegas de mesa vai dar aulas "no Novo Mundo" - não percebo onde. A música é de Ali Farka Touré e Toumané Diabaté; o vinho, um Quinta das Baldias LBV 2003, pouco interessante; o dia, frio e soalheiro - uma mistura da qual gosto desde que pela primeira vez as vi, na Rússia (só que aí a temperatura era de menos vinte, ou menos trinta . Até o sol tremia).
O dia chegou ao fim. O frio continua. Tenho fome: é bom sinal. Durante muito tempo perguntava-me "onde ir jantar?", e logo a seguir, antes mesmo de ter encontrado a resposta, "porquê?". Depois tentava responder às duas perguntas, para disfarçar, mas nem sempre era fácil. Hoje não sei onde vou jantar, mas sei porquê.
Os portugueses descobrem os vinhos, as viagens, as lojas "gourmet" (é impossível não ouvir as conversas das outras mesas, sobretudo se se está sozinho e com os sentidos hiper-sensíveis) com uma ingenuidade enternecedora, por vezes; outras, com um insuportável pedantismo - mas sempre com um entusiasmo notável.
Naquela mesa não é o caso. São três, aparentemente todos professores, e todos residentes ou ex-residentes no estrangeiro. A senhora tem um rosto particular: não é muito bonita, mas tem um olhar e uma voz doces como o fim de um dia na Barra, daqueles em que o sol quase parece pedir desculpa à cidade por ter de se despedir, muito gentilmente. Fala suavemente, em frases bem construídas e articuladas. Nas vírgulas sorri; nos pontos e vírgula também, um bocadinho mais demoradamente. Nos pontos, olha para cada dos seus companheiros, como se lhes perguntasse "perceberam? posso continuar?". Não percebo de que é professora, mas deve ser excelente - como pedagoga, mulher, mãe, pessoa.
Um dos seus colegas de mesa vai dar aulas "no Novo Mundo" - não percebo onde. A música é de Ali Farka Touré e Toumané Diabaté; o vinho, um Quinta das Baldias LBV 2003, pouco interessante; o dia, frio e soalheiro - uma mistura da qual gosto desde que pela primeira vez as vi, na Rússia (só que aí a temperatura era de menos vinte, ou menos trinta . Até o sol tremia).
O dia chegou ao fim. O frio continua. Tenho fome: é bom sinal. Durante muito tempo perguntava-me "onde ir jantar?", e logo a seguir, antes mesmo de ter encontrado a resposta, "porquê?". Depois tentava responder às duas perguntas, para disfarçar, mas nem sempre era fácil. Hoje não sei onde vou jantar, mas sei porquê.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.