8.2.09

As palavras dos outros

Quando a tristeza te desordena o pensamento e te paralisa o espírito; quando não sabes o que hás-de fazer, dizer ou pensar; quando as palavras são como lanternas sem pilhas e pouco ou nada alumiam; quando olhas para o tempo que está para vir e te parece mais longo ainda do que aquele que já foi - pensa que não és o primeiro, não serás o último, e faz tuas as palavras do outros. É para isso que elas servem, as palavras.

"As cigarras cantam
sem saberem que é a morte
que as escuta"

"Não esqueças nunca
o gosto solitário
do orvalho"

"Intempérie -
Infiltra-se o vento
até na minha alma"

Matsuo Bashô, in "O gosto solitário do orvalho, seguido de O caminho estreito", ed. Assírio & Alvim

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