Passei o jantar todo a pensar que a senhora media a velocidade das empresas, e depois apercebi-me: é a felicidade delas que ela mede. Mais tarde ainda vi que vai dar ao mesmo: uma empresa infeliz é uma empresa lenta, parece.
Às vezes apetece-me escrever-lhe, mas já foi há muito tempo e não sei se as empresas ainda são felizes. Dadas as circunstâncias creio que não. De qualquer forma perdi a morada dela, e já não me lembro do apelido. Acho que é bom, pensar nas empresas e fazê-las felizes. E que é verdade, essa relação entre a velocidade e a felicidade. Se bem me ocorra pelo menos uma dúzia de coisas para as quais a lentidão seja mais adequada.
Disse-lhe que não acreditava em nada daquilo, mas ela passou o jantar todo a dizer que as suas propostas tinham bastante aceitação, e citou um grande número de grandes empresas. Respondi-lhe que os gestores de topo acreditavam naquelas patranhas por serem totalmente incultos. Não lhe disse assim, claro. Mas hoje estou a lembrar-me daquela noite e é assim que as coisas me vêm à memória: a felicidade das empresas, a falta de cultura dos gestores, um vinho medíocre e um jantar chato como umas pernas feias.
Acabei a comentar a alegria que é vivermos a nossa vida, e não sermos vividos por ela, como dizia o Pessoa. "Vives daquilo que gostas?" - "Não. Vivo para aquilo de que gosto, que é a etapa imediatamente anterior". Se fosse uma empresa teria uma velocidade tendencialmente crescente.
Ler e fotografar são actividades solitárias; melhor ouvir música ou tomar um chá, sempre se partilha alguma coisa. A felicidade, por exemplo. E a velocidade.
Às vezes apetece-me escrever-lhe, mas já foi há muito tempo e não sei se as empresas ainda são felizes. Dadas as circunstâncias creio que não. De qualquer forma perdi a morada dela, e já não me lembro do apelido. Acho que é bom, pensar nas empresas e fazê-las felizes. E que é verdade, essa relação entre a velocidade e a felicidade. Se bem me ocorra pelo menos uma dúzia de coisas para as quais a lentidão seja mais adequada.
Disse-lhe que não acreditava em nada daquilo, mas ela passou o jantar todo a dizer que as suas propostas tinham bastante aceitação, e citou um grande número de grandes empresas. Respondi-lhe que os gestores de topo acreditavam naquelas patranhas por serem totalmente incultos. Não lhe disse assim, claro. Mas hoje estou a lembrar-me daquela noite e é assim que as coisas me vêm à memória: a felicidade das empresas, a falta de cultura dos gestores, um vinho medíocre e um jantar chato como umas pernas feias.
Acabei a comentar a alegria que é vivermos a nossa vida, e não sermos vividos por ela, como dizia o Pessoa. "Vives daquilo que gostas?" - "Não. Vivo para aquilo de que gosto, que é a etapa imediatamente anterior". Se fosse uma empresa teria uma velocidade tendencialmente crescente.
Ler e fotografar são actividades solitárias; melhor ouvir música ou tomar um chá, sempre se partilha alguma coisa. A felicidade, por exemplo. E a velocidade.
A velocidade será não dar por que o tempo passa? São quatro horas e, de repente, já são sete ou oito? Não gosto deste desperdício, mas, estranhamente, também não gosto de contar o tempo, minuto a minuto, mesmo se fico com a ilusão de que vivi mais. As coisas boas são, realmente, aquelas que nos distraem do tempo. É por isso que, se calhar, ser feliz envolve a sensação de viver pouco ou insuficientemente. Por outras palavras, a felicidade nunca pode ser completa… chatice!!! :-(
ResponderEliminarMas é em certas actividades solitárias, Luís, como, sobretudo, escrever, que essa sensação de velocidade é, para mim, particularmente viva, e o tempo não rende. Nas actividades partilhadas (música? chá?) o tempo, às vezes, torna-se ronceiro.