Chegou o calor, está a primavera à porta. As raparigas desnudam-se, e os homens deixam de olhar para o umbigo. Se estivéssemos a bordo, naquelas viagens que fazíamos entre S. Miguel e Santa Maria, eu dir-te-ia (silêncio) e tu responderias (silêncio) e iríamos fingir que o mundo se reduz a uma pele, um suspiro, um olhar.
Cá fora tudo seguiria igual: a esteira regular e direita do piloto automático, o céu azul, a brisa de Nordeste, a ocasional baleia ou os frequentes golfinhos, as velas bem afinadas, na aparência tão simples (e na verdade tão complicadas) como o desejo.
Nós não. Um mundo constrói-se assim: carícia a carícia, milímetro a milímetro, vaga a vaga.
Cá fora tudo seguiria igual: a esteira regular e direita do piloto automático, o céu azul, a brisa de Nordeste, a ocasional baleia ou os frequentes golfinhos, as velas bem afinadas, na aparência tão simples (e na verdade tão complicadas) como o desejo.
Nós não. Um mundo constrói-se assim: carícia a carícia, milímetro a milímetro, vaga a vaga.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.