25.3.09

Francisco Lobato

Portugal tem um jovem e talentoso marinheiro da vela oceânica. Chama-se Francisco Lobato.

A classe na qual o Francisco navega é a Classe Mini. Chama-se assim porque a dimensão das embarcações está limitada a 6,5m. Contudo, só no comprimento faz jus ao nome. É uma classe de barcos de elevado desempenho, overpowered, difíceis, exigentes, verdadeiros laboratórios da vela de alta competição (os arquitectos usam-na para testar inovações que depois, se funcionarem, serão aplicadas em barcos maiores).

Cada classe tem uma regata que é a sua razão de ser, a mais importante. Na Classe Mini essa regata chama-se Transat 6,5 - é uma travessia do Atlântico, de La Rochelle a Salvador da Bahia, em solitário.

Como é natural, o Francisco Lobato quer participar na Transat 6,5 - é para isso que ele tem treinado, navegado, investido muito do seu tempo e do seu dinheiro, feito sacrifícios que a maior parte das pessoas não pode sequer imaginar.

Falta-lhe, contudo e como sempre, o dinheiro para isso.

Para uma empresa, apoiar o Francisco Lobato nesta regata não é um acto de caridade, não é uma ajuda: é comprar um vector de comunicação dos mais eficazes que existe. Para terem uma ideia, na última edição da regata (na qual o Francisco conquistou, se bem me lembro, um mais do que honroso 9º lugar) a página da regata teve 7,7 milhões de pageviews, 100 menções nas televisões internacionais, 2,000 artigos na imprensa escrita (todos os pormenores aqui).

A vela (e a fortiori a vela em solitário numa casca de noz de 6,5m com mais potência do que muitos barcos com o dobro do comprimento) é um desporto que exige qualidades humanas e conhecimentos técnicos fora do vulgar. Ou seja, é uma plataforma de comunicação excepcional, a partir da qual se podem desenvolver vectores de comunicação poderosos e eficazes - não é por acaso que empresas como a Volvo, a Oracle, a BMW, patrocinam eventos de vela ou embarcações de regata. Patrocinar o Francisco de um ponto de vista empresarial não é um acto de caridade: é uma acto de gestão, de boa gestão.

Para aqueles de entre os que me lêem que querem apoiar o Francisco a título pessoal, e para quem tem lugares de gestão em empresas, deixo aqui o link para o Jogo das Milhas, a forma que o Francisco Lobato encontrou para tentar angariar fundos para a Transat 6,5: cliquem aqui, vão ver, e comprem algumas milhas se o fizerem a título pessoal; contactem o Francisco se o fizerem de uma perspectiva empresarial.

E para os que têm blogs: divulguem, por favor.

Declaração de (des)interesse: não estou a fazer este apelo por razões profissionais, nem fui mandatado pelo Francisco Lobato para o fazer. Faço-o porque me é doloroso, e incompreensível, que Portugal não esteja representado na vela oceânica, que uma pessoa como o Francisco Lobato não encontre patrocínios num país do qual a vela devia ser o desporto nacional, cujos gestores ignoram o potencial da vela como plataforma de comunicação porque ignoram a vela, esse desporto nobre, tout court.

1 comentário:

  1. Graças a esta e outras vozes, o Francisco Lobato já está a caminho de França, com o seu Pogo 2 ROFF-TMN-BIZ (e Tripulantes Virtuais), para participar na única prova de qualificação que tem que fazer antes da Mini Transat.~

    Bons Ventos Francisco!!

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.