Quando ela percebeu que "amo-te" é uma palavra proibida, começou a utilizar perífrases. Montes de perífrases. Até que chegou a "não te amo". Sem serem tão antónimas como parecem, as duas expressões estão longe de serem sinónimas, como ela pretendia. Mas não era o tipo de pessoa a quem uma proibição (ou um sentido proibido, se quiserem) impedisse de tentar atingir os seus fins. "Pequenos percalços, nada de grave", explicou-me. "Não te amo, como sabes. Mas quem sabe o que o futuro nos reserva? Entreabramos-lhe a porta: talvez um dia ele chegue de sopetão". "O futuro não chega, B., já to disse dezenas de vezes. O futuro faz-se. E eu não quero fazê-lo contigo; nem para, ou por ti". "Time is a fake healer, anyhow. Vamos jantar-nos?"
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.