2.8.09

Gibraltar

Gibraltar é uma tensão permanente: entre a claustrofobia e as maneiras de lhe fugir; entre a beleza e a fealdade; entre o desejo de cá estar e o de me ir embora já. Gosto de Gibraltar, e nunca, sei-o há muito tempo, resolverei estas tensões. O "Grande Cerco" está presente como o terramoto de 1755 em Lisboa. Mas há mil maneiras de lhe fugir: para cima, para a montanha ou com o rum; para os lados, pelo mar; para baixo, com os bares sórdidos que ainda devem estar por aí.

Gosto de Gibraltar como se cá tivesse nascido e soubesse que só aqui se fica por militantismo, ou resignação. E estou contente, porque me vou embora amanhã. De manhã.

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.