Borges tem uma frase curiosa, profunda, oh quão, sobre todos nos tornarmos na ideia que os outros têm de nós. Gosto dela: pressupõe ou uma enorme capacidade de mimetismo, em cada um, ou premonitória, naquele que nos rodeiam.
Feliz ou infelizmente (sinceramente não sei), sou aquilo que sou, e não me transformei naquilo que pensam de mim. Se bem a tentação seja grande, por vezes: que bom seria, deixar-me ir na corrente dos olhares; que fácil.
Há, contudo, vantagens em ser-se o que se é, ou o que sempre se foi: é ter hoje os amigos que tinha há 38 anos. Não são muitos; mas são os mesmos. Talvez seja esse o único valor, no fundo: maior do que o amor, a riqueza ou um projecto que se concretiza, uma amizade que se mantém diz mais de nós do que mil olhos recentes.
Feliz ou infelizmente (sinceramente não sei), sou aquilo que sou, e não me transformei naquilo que pensam de mim. Se bem a tentação seja grande, por vezes: que bom seria, deixar-me ir na corrente dos olhares; que fácil.
Há, contudo, vantagens em ser-se o que se é, ou o que sempre se foi: é ter hoje os amigos que tinha há 38 anos. Não são muitos; mas são os mesmos. Talvez seja esse o único valor, no fundo: maior do que o amor, a riqueza ou um projecto que se concretiza, uma amizade que se mantém diz mais de nós do que mil olhos recentes.
[Isto foi o momento gina do ano, espero. E, se bem me lembro, a expressão "momento gina" vem daqui, pelo que o link aqui fica, passe a desproporção, ou assim].
É hoje...?!!! Parabéns, se for.
ResponderEliminarObrigado. Sim, era hoje.
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