Há naturalmente uma componente cultural na loucura. Uma vez naveguei com um primeiro-piloto que, a cada porto, enviava uma carta ao Presidente dos EUA (na altura dava pelo nome de Reagan) porque segundo ele a CIA punha, em cada recém-nascido do mundo, um chip com o qual o controlava - o recém-nascido, quero dizer. Ele escrevia ao POTUS a pedir que lhe tirassem o tal chip.
Isto é claramente identificado como loucura, porque nós sabemos quem é a CIA, o Reagan, etc. Mas se em vez de ser branco e europeu o senhor fosse, sei lá, sul-americano e índio; e em vez de invocar a CIA se queixasse do deus Oxalá-chova-cá, como saberíamos nós distinguir a esquizofrenia de uma fé qualquer?
Isto é claramente identificado como loucura, porque nós sabemos quem é a CIA, o Reagan, etc. Mas se em vez de ser branco e europeu o senhor fosse, sei lá, sul-americano e índio; e em vez de invocar a CIA se queixasse do deus Oxalá-chova-cá, como saberíamos nós distinguir a esquizofrenia de uma fé qualquer?
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.