18.12.09

A lei da oferta e da procura, latu sensu

A jovem senhora explica, num tom aparentemente neutral, aos dois jovens que a escutam: "há mais homens a querer dormir comigo do que homens com quem eu quero dormir". É impossível não sentir, escondida lá no fundo, uma certa arrogância, uma segurança que nem o tom matter of fact nem o assentimento dos auditores conseguem impedir de transparecer.

Tem vinte anos, talvez; e situa-se, claramente, naquilo que pensa ser o lado favorável da lei da oferta e da procura, latu sensu.

Escuto-a enquanto arrumo e fecho a bicicleta; e recordo perfeitamente uma vez - teria os meus doze anos - em que expus uma teoria semelhante a uma amiga. Devo dizer que nessa altura essa teoria era quotidiana - e dolorosamente - confirmada pela praxis: a quantidade de miúdas que queria ir para a cama comigo (zero) era infinitamente inferior àquela com quem eu queria (todas).

Depois lá fui crescendo e continuei a interessar-me pelo assunto (isto é, pela lei da oferta e da procura); tanto, que um dia tive dúvidas: talvez aquele não seja o lado mais interessante e divertido dessa lei. Nesta área, claro.

2 comentários:

  1. Uma análise muito interessante, Luís, a que todos, numa altura da vida, nos dedicamos. Faz parte dos «estudos» básicos, por assim dizer. O lado mais interessante e divertido, no meu caso, foi ter decidido distorcer a linearidade do princípio legal, fazendo intervir no cenário um assanhado «marketing». ;-D

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  2. Claro, Luísa. É uma lei cuja linearidade (nesta área, claro) deve ser distorcida por todos os meios ao nosso alcance. Mas "assanhado"? Não me parece que precise (ou tenha precisado) de meios tão drásticos.
    :-)

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.