21.12.09

Perseverança, loucura

Recentemente um amigo mencionou-me a frase de Einstein segundo a qual "loucura é fazer sempre as mesmas coisas e esperar obter resultados diferentes". Depois disso, um excelente artigo no Jornal de Negócios dizia que a perseverança é mais bem vista do que a mudança, mas que se deve distinguir entre persistências positiva e negativa.

É um tema que me preocupa bastante: já tive a minha quota parte de "persistência perniciosa", por um lado; por outro, por cada milhão de vezes que sou acusado de estar sempre a mudar só sou acusado do contrário uma. O equilíbrio é difícil de encontrar, e, para quem está no banho saber qual o momento de sair da água não é fácil.

Claro que se pode pensar que a frase de Einstein foi provavelmente dita num contexto de pesquisa; e que no caso do autor do artigo, mudar de produtos é relativamente fácil. Nem sempre as coisas não são assim tão simples. A linha é difícil de traçar: há vezes em que a perseverança - e a tenacidade, teimosia, obstinação, casmurrice, obsessão a raiar o masoquismo ou a loucura - são necessárias. Outras, ganha-se uma guerra e descobre-se que mais valia tê-la perdido.

E outras ainda ganha-se e só nos resta agradecer àquele sinuoso, difícil, tortuoso, acidentado arco de comportamentos que vai da perseverança à loucura.

1 comentário:

  1. Interessante, Luís. Este parece-me um domínio em que se recomenda a análise casuística. Ainda assim, e em teoria, diria que não é, certamente, abonatório persistir num erro, como não é mudar para pior. Desde o momento, naturalmente, em que se perceba que se cometeu um erro ou que a situação para que se caminha é pior.

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.