Os jacintos abriram, pujantes, olorosos e tortos. Questão de fototropismo, talvez. Não sei. Gosto deles assim, deitados, a apontar para um lado qualquer, vá lá saber-se qual. As scilas são mais discretas, infinitamente. Uma delas mostra umas pontinhas azuis; outra dá vagos sinais de querer sair da casca, talvez, um dia. Pus os vasos no bordo do escritório, à minha frente: vejo as plantas todos os dias, todo o dia. Gosto muito do contraste que fazem com a estrutura industrial, pesada, do espaço.
Os jacintos são voluptuosos, libidinosos, exuberantes; gosto do cheiro, mas verdade seja dita que só de vez em quando o sinto. Olho para as scilas, comparo-as com eles e pergunto-me como conseguem duas coisas tão diferentes coabitar a escassos centímetros uma da outra. Ou melhor: porquê?
Para quê é fácil: para alegrar a vista e os dias que serão, e os que poderiam ter sido.
Os jacintos são voluptuosos, libidinosos, exuberantes; gosto do cheiro, mas verdade seja dita que só de vez em quando o sinto. Olho para as scilas, comparo-as com eles e pergunto-me como conseguem duas coisas tão diferentes coabitar a escassos centímetros uma da outra. Ou melhor: porquê?
Para quê é fácil: para alegrar a vista e os dias que serão, e os que poderiam ter sido.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.