"To fart" deve traduzir-se - comecemos pelo princípio - por "dar puns". Há outra palavra, comummente usada. As pessoas imaginam-na mais, sei lá, máscula, ou assim. Nada disso: é feia, deselegante e mal-cheirosa.
Posto isto: o pum deve adaptar-se - isto é um lugar-comum - ao sítio onde estamos. Se é luxuoso luxuoso será ele; se acessível, acessível. Se se pretende os dois - pois bem, será luxuoso mas acessível; com a ênfase posta no "luxuoso".
Há uma tensão óbvia num pum público. Não preciso de dizer qual é. Uma aposta, um risco, uma injecção de adrenalina. Convem ter um plano B preparado para o caso de falhar - se não, acresce o risco de ficarmos com um ar desamparado (o que pode de resto ser o plano B, se o conseguirmos tornar convincente).
Dar puns em público é uma arte nobre. Deve ser exercida com parcimónia, e em locais que valham o risco - há sítios em que poderíamos ser aplaudidos por o fazer. Nesses, deve ser evitada a todo o custo, naturalmente. E só quando se está sozinho; acompanhado é deselegante e pode ser mal interpretado.
Um pum público devia ser lido, ou decifrado se preferirem, de uma forma totalmente neutra do ponto de vista comunicacional. Infelizmente, como os sistémicos há muito nos ensinaram, tal coisa não existe: não há "ausência de comunicação". É pena; se houvesse, um bom pum, discreto e oleoso como os cabelos de um rocker ou de um apresentador de telejornal português seria a não-comunicação ideal. E, num país de não-ditos, sem dúvida a mais eficaz.
Posto isto: o pum deve adaptar-se - isto é um lugar-comum - ao sítio onde estamos. Se é luxuoso luxuoso será ele; se acessível, acessível. Se se pretende os dois - pois bem, será luxuoso mas acessível; com a ênfase posta no "luxuoso".
Há uma tensão óbvia num pum público. Não preciso de dizer qual é. Uma aposta, um risco, uma injecção de adrenalina. Convem ter um plano B preparado para o caso de falhar - se não, acresce o risco de ficarmos com um ar desamparado (o que pode de resto ser o plano B, se o conseguirmos tornar convincente).
Dar puns em público é uma arte nobre. Deve ser exercida com parcimónia, e em locais que valham o risco - há sítios em que poderíamos ser aplaudidos por o fazer. Nesses, deve ser evitada a todo o custo, naturalmente. E só quando se está sozinho; acompanhado é deselegante e pode ser mal interpretado.
Um pum público devia ser lido, ou decifrado se preferirem, de uma forma totalmente neutra do ponto de vista comunicacional. Infelizmente, como os sistémicos há muito nos ensinaram, tal coisa não existe: não há "ausência de comunicação". É pena; se houvesse, um bom pum, discreto e oleoso como os cabelos de um rocker ou de um apresentador de telejornal português seria a não-comunicação ideal. E, num país de não-ditos, sem dúvida a mais eficaz.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.