7.6.10

Jantar improvisado - Frango para a leoa

O meu livro de receitas favorito chama-se "La cuisine d'amour". O amor é o ingrediente principal de qualquer receita; sem ele, o jantar fica pior do que sem sal, do que aguado, do que spaghetti demasiado cozido, do que um dia sem vento; pior - diria um fumador francês - do que dia sem tabaco.

Comece-se com um frango do campo cortado aos bocadinhos e frito uma frigideira; ao lado, num tacho, refogam cebolas encarnadas, pimentos idem (era dia de esquerdismo, vá saber-se), aipo em quantidade, alho en chemise e um chouriço de sangue. Estando os dois a ponto misturam-se (no tacho, claro, cela va sans dire) e regam-se com cerveja até estarem cobertos, coitados. Junta-se um bocadinho de água, não vão as vizinhas pensar coisas. Tempera-se: cravinho, noz moscada, ervas provençais, paprika, um bom molho de salsa, grande e cheiroso.

Deixa-se cozer, enquanto se tratam de diversas ocupações domésticas: comer uma morcela de arroz divinamente frita; e outras tarefas, variadas.

Um pouco antes, juntam-se as batatas, cortadas aos bocadinhos. Acompanha-se com um bom Dão. Sem amor talvez fique bom. É possível. Não sei, nunca experimentei.

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