3.6.10

Uma pergunta inocente (quase humanitária) sobre opções laborais

Recentemente, na caixa de comentários de um blogue onde escreve um deputado - que deve de resto ser uma pessoa simpática, amável e honesta - escrevi que o país ganharia se os deputados, em vez de trabalharem oito longos anos para terem direito à reforma por inteiro, fossem enviados para casa logo depois de eleitos.

Era uma boutade, claro: o ideal seria que começassem a trabalhar como deve ser. Dado que amanhã não é decerto a véspera nem de uma coisa nem de outra, deixo aqui uma pergunta.

A legislação que rege o sector da náutica de recreio é - isto é consensual - inadaptada. Essa legislação, em conjunto com a proverbial propensão da burocracia portuguesa para, em caso de incerteza, optar sempre pela interpretação mais complicada, mais cara, mais prejudicial e, ou, mais abstrusa, faz com que o nosso país, apesar das suas magníficas condições, não tenha expressão no sector da náutica de recreio (que não é só, recordo, um passatempo de meninos ricos: é uma indústria que dá trabalho a centenas de milhar de pessoas e gera milhares de milhões de euros em impostos).

A minha pergunta é: por que raio de carga de água um país como Portugal conseguiu aprovar a lei dos casamentos homossexuais em tempo recorde, e anda há dezenas de anos para fazer uma lei que funcione para um sector que poderia ser tão gerador de riqueza como o da náutica de recreio?

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