Este post do Insurgente faz-me pensar que é efectivamente difícil para a maioria das pessoas mentir às autoridades, inventar, acomodar-se às exigências absurdas que as cabecinhas dos colegas de João Galamba produzem.
É um retrato do país: alguém (um conjunto de idiotas que sem dúvida devido à qualidade do trabalho produzido tem reforma por inteiro ao fim de oito anos de "trabalho") faz um decreto-lei destinado a acabar com uma prática qualquer, provavelmente nascida de um outro decreto-lei qualquer que a tornou obrigatória para a sobrevivência, ou normal funcionamento de uma empresa; uma outra cabecinha promulga aquilo; as empresas não ligam peva, porque não faz sentido; um polícia - ou uma "autoridade" qualquer - multa (e em montantes que não são despiciendos); as empresas inventam e adaptam-se. Claro que a solução é começar a pôr uma hora de carga qualquer nas facturas e integrar de uma vez por todas que as nossas leis são produzidas por atrasados mentais cujo único mérito - nisto não se enganam eles de certeza - é parasitar até à medula quem trabalha para lhes pagar as prebendas.
Há uns anos era obrigatório “dar entrada” (e “dar saída”) de uma embarcação de recreio num porto nacional, mesmo se em proveniência de outro porto nacional; essa prática sempre me irritou, por duas razões: a) se eu viesse de comboio ou de automóvel ninguém me pedia para “dar entrada” ou “saída”; b) os organismos onde era preciso “dar entrada” (Capitania, Alfândega e Polícia Marítima – enfim, o antecessor desta) eram muitas vezes longe dos portos.
Regra geral não cumpria essas formalidades, mas quando era obrigado, por qualquer razão a cumpri-las (entrada. Saída nunca fiz) dizia que o barco vinha de Madrid, Paris, Berlim, Timbuctu, Samarkanda, e assim por diante.
Acreditem se quiserem, mas em anos desta coisa nunca – nunca – ninguém estanhou que uma embarcação de vela entrasse no porto de, por exemplo, Figueira da Foz "em proveniência de Madrid”.
É um retrato do país: alguém (um conjunto de idiotas que sem dúvida devido à qualidade do trabalho produzido tem reforma por inteiro ao fim de oito anos de "trabalho") faz um decreto-lei destinado a acabar com uma prática qualquer, provavelmente nascida de um outro decreto-lei qualquer que a tornou obrigatória para a sobrevivência, ou normal funcionamento de uma empresa; uma outra cabecinha promulga aquilo; as empresas não ligam peva, porque não faz sentido; um polícia - ou uma "autoridade" qualquer - multa (e em montantes que não são despiciendos); as empresas inventam e adaptam-se. Claro que a solução é começar a pôr uma hora de carga qualquer nas facturas e integrar de uma vez por todas que as nossas leis são produzidas por atrasados mentais cujo único mérito - nisto não se enganam eles de certeza - é parasitar até à medula quem trabalha para lhes pagar as prebendas.
Há uns anos era obrigatório “dar entrada” (e “dar saída”) de uma embarcação de recreio num porto nacional, mesmo se em proveniência de outro porto nacional; essa prática sempre me irritou, por duas razões: a) se eu viesse de comboio ou de automóvel ninguém me pedia para “dar entrada” ou “saída”; b) os organismos onde era preciso “dar entrada” (Capitania, Alfândega e Polícia Marítima – enfim, o antecessor desta) eram muitas vezes longe dos portos.
Regra geral não cumpria essas formalidades, mas quando era obrigado, por qualquer razão a cumpri-las (entrada. Saída nunca fiz) dizia que o barco vinha de Madrid, Paris, Berlim, Timbuctu, Samarkanda, e assim por diante.
Acreditem se quiserem, mas em anos desta coisa nunca – nunca – ninguém estanhou que uma embarcação de vela entrasse no porto de, por exemplo, Figueira da Foz "em proveniência de Madrid”.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.