Continuo sem saber a quem é que o Zé faz falta; à família e aos amigos, suponho, como todos nós. À cidade não tenho dúvidas de que não faz falta nenhuma. Antes pelo contrário: é-lhe nefasto. Mas com frases como "[os domingos] são dias para olhar para o céu e não para dentro de grandes superfícies" suspeito que faz falta a meia dúzia de psiquiatras (ou talvez sejam estes que lhe fazem falta, não sei), e a quase todos os humoristas.
Eu acho que para além de "olhar para o céu" as pessoas podem ir à missa, passar o dia na cama, ir ao Pão de Canela comer um brunch, ler jornais, fazer vela, andar de patins, pintar paredes, fazer concursos de arrotos, bater punhetas a grilos, reparar bicicletas, gravar discos para o iPod, comer no restaurante indiano das Portas de Sto. Antão, atirar pedras aos pombos nos jardins (desde que não acertem no sr. Vereador, coitado, se por acaso lá passar) ou às gaivotas no rio (ditto, parece que o homem gosta de vela), embebedar-se com sake, cerveja ou whisky, ler Jonathan Raban, mandar piropos às miúdas feias, que sempre é mais original do que mandá-los às bonitas, preparar viagens transatlânticas ou a próxima excursão a Sintra - enfim, eu acho que aos domingos (como de resto em todos os outros dias da semana), as pessoas podem fazer o que lhes der na real gana e que o vereador José Sá Fernandes não tem rigorosamente nada a ver com isso. O Sr. Vereador devia começar os dias todos a pedir desculpa aos lisboetas pelas trapalhadas e asneiras que já fez; e não acrescentar mais disparates ao seu já longo rol deles.
Eu acho que para além de "olhar para o céu" as pessoas podem ir à missa, passar o dia na cama, ir ao Pão de Canela comer um brunch, ler jornais, fazer vela, andar de patins, pintar paredes, fazer concursos de arrotos, bater punhetas a grilos, reparar bicicletas, gravar discos para o iPod, comer no restaurante indiano das Portas de Sto. Antão, atirar pedras aos pombos nos jardins (desde que não acertem no sr. Vereador, coitado, se por acaso lá passar) ou às gaivotas no rio (ditto, parece que o homem gosta de vela), embebedar-se com sake, cerveja ou whisky, ler Jonathan Raban, mandar piropos às miúdas feias, que sempre é mais original do que mandá-los às bonitas, preparar viagens transatlânticas ou a próxima excursão a Sintra - enfim, eu acho que aos domingos (como de resto em todos os outros dias da semana), as pessoas podem fazer o que lhes der na real gana e que o vereador José Sá Fernandes não tem rigorosamente nada a ver com isso. O Sr. Vereador devia começar os dias todos a pedir desculpa aos lisboetas pelas trapalhadas e asneiras que já fez; e não acrescentar mais disparates ao seu já longo rol deles.
concordo e gostei de ler esse naipe de alternativas. mas não entendi bem essa embirração com as aves. E pedras? Ainda mais num fim de semana em que tanto se falou de lapidações...
ResponderEliminarObrigado, Leonor. Atirar pedras aos pombos é uma actividade legítima até uma determinada idade; depois: não se pode propor apenas actividades canónicas, não acha?
ResponderEliminarA coincidência com a lapidação da pobre senhora iraniana não passa disso mesmo: uma coincidência.