Da mesma forma que a proliferação de imagens nos deixou sem palavras - orfãos, por assim dizer, porque não ter palavras é como não ter pai, mãe (ou sequer família) - a proliferação dos afectos deixou-nos perdidos no deserto. - Perdidos nos inevitáveis, labirínticos amores, atraídos como a água pela lua, magnetizados como o desejo por um corpo sensual... - a noção de amor perdeu-se. Penduramos os amores como roupa num estendal, metodicamente: aqui as calças, ali as loiras; arruma as morenas com as camisas, e aquelas que eram para durar e não duraram naquele canto; não sei se vai chover; logo se verá.
Entretanto os dias vão caindo; a piscina enche-se de folhas e flores que te deviam ter sido oferecidas e não foram. As primeiras nuvens do outono cobrem o que resta do verão. Em breve começarão os últimos erros deste ano; preparam-se os primeiros do que aí vem. Teremos palavras, ou ficar-nos-ão apenas as imagens, as insuficientes imagens?
Entretanto os dias vão caindo; a piscina enche-se de folhas e flores que te deviam ter sido oferecidas e não foram. As primeiras nuvens do outono cobrem o que resta do verão. Em breve começarão os últimos erros deste ano; preparam-se os primeiros do que aí vem. Teremos palavras, ou ficar-nos-ão apenas as imagens, as insuficientes imagens?
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.