Este post de Palmira Silva no Jugular é bastante interessante. Fala de uma série de patranhas que as pessoas engolem de uma forma intrigante. O que leva mentes ditas racionais a acreditar no New Age, em espíritos de 2000 anos chamados «Carlos» ou na homeopatia (para mencionar outro dos alvos favoritos de Palmira Silva)?
Eu partilho essa dolorosa interrogação; creio que é o mesmo mecanismo que leva milhões de pessoas a acreditar em dogmas da fé - seja ela católica, muçulmana, hindu ou testemunha de Jeová; a reciclar o lixo, achar bonita uma eólica, a acreditar no "carbon footprint", na psicanálise, no marxismo, no bom selvagem, no creacionismo, na possibilidade de os países africanos se governarem - a lista de crendices e fraudes idiotas é infinita. É como se a mente humana precisasse do irracional para melhor lidar com o racional, por vezes tão difícil. Cada um acredita nas patranhas que quer - eu por exemplo acredito no amor, vá lá saber-se porquê.
Infelizmente algumas são piores do que outras. A maioria do povo português, por exemplo, não só elegeu Sócrates - o que já de si foi prova de uma atracção incompreensível pela banha da cobra - como o reelegeu. É infinitamente pior do que acreditar que o ano 2012 é o ano de todas as mudanças, ou na memória da água.
Eu partilho essa dolorosa interrogação; creio que é o mesmo mecanismo que leva milhões de pessoas a acreditar em dogmas da fé - seja ela católica, muçulmana, hindu ou testemunha de Jeová; a reciclar o lixo, achar bonita uma eólica, a acreditar no "carbon footprint", na psicanálise, no marxismo, no bom selvagem, no creacionismo, na possibilidade de os países africanos se governarem - a lista de crendices e fraudes idiotas é infinita. É como se a mente humana precisasse do irracional para melhor lidar com o racional, por vezes tão difícil. Cada um acredita nas patranhas que quer - eu por exemplo acredito no amor, vá lá saber-se porquê.
Infelizmente algumas são piores do que outras. A maioria do povo português, por exemplo, não só elegeu Sócrates - o que já de si foi prova de uma atracção incompreensível pela banha da cobra - como o reelegeu. É infinitamente pior do que acreditar que o ano 2012 é o ano de todas as mudanças, ou na memória da água.
Desculpará, Luís, mas acreditar no «amor» é, em 90% das acepções possíveis da palavra, acreditar na maior patranha de todas. Raia, de facto, a «crendice». ;-D
ResponderEliminarMas se acreditar-acreditar é um tanto irracional, parece-me bastante racional que não se «desacredite» completamente de coisa nenhuma…
Ora, Luísa, seria necessário ir por partes, para lhe responder cabalmente. vamos?
ResponderEliminara) Hesitei de facto - devia precisar a acepção do amor que menciono (sou um bocadinho mais céptico do que a Luísa - creio que 99,99% das acepções correntes do amor não resistem a uma análise ou, menos ainda, aos factos)? Mas depois achei que devia deixar ficar "o amor" assim, genérico, porque
b) Introduz uma meta-referência no post que me seduz.
c) Quanto à necessidade de não se "desacreditar" de coisa nenhuma: o cepticismo não exclui a crença - mas submete os seus objectos a um exame prévio. Acredito em determinadas coisas mesmo sabendo que podem vir a ser demonstradas erradas: o darwinismo, a gravidade, a segunda lei da termodinâmica (nas outras também, mas são menos apaixonantes) por exemplo. Acredito que Beckett, Yourcenar, Roth são dos maiores escritores que jamais escreveram; e que Resnais, Ford, Walsh, Kubrik, Kurosawa dos melhores cineastas. acredito na alegria, muito mais fiável do que o amor; acredito num bom vinho, num bom rum, num bom whisky.
Como vê, não sou de todo desprovido de fé. Gosto é de as testar...
d)
PS - já agora deixe-me acrescentar que quando escrevi o post tinha uma acepção do termo bastante precisa em mente.
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