A mulher troca os r por l, e quando eu lhe peço "une Didier (é uma água local, bastante boa) s'il vous plaît" pergunta-me "glande?" e eu respondo "não sei, não me cabe a mim julgar" (em pensamento, claro) e ela trás-me a galafa e um soliso enorme, rasgado, como se tivesse percebido o que eu pensei. É uma jovem, preta, muito bonita, com a pele da cara toda estragada por esses malditos produtos de branquear e se eu tivesse menos 20 anos e menos 20 quilos atirava-me a ela [estou a brincar, querida, isto é literatura, não te esqueças] mas não tenho, de maneira limito-me a sorrir-lhe e a fazer jogos de palavras lúbricos (não me refiro ao de ali de cima, claro, tenho outros no arsenal, mas agora não me apetece escrevê-los aqui, porque as minhas leitoras iriam pensar que sou um velho libidinoso, coisa que não sou de todo, de todo. Isto é, sou velho, quase velho, mas não sou libidinoso, longe de mim).
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.