"À minha maneira sou um humanista. Ou melhor: era", disse. Perante o meu olhar interrogativo, explicou: "Para saberes como são as coisas feitas tens que as destruir, não é? Pois o mesmo se passa com as pessoas. É matando-as que as conheces". F. era um antigo assassino, agora refomado numa aldeia piscatória da Guatemala. Estávamos a beber rum - foi o que nos fez falar um com o outro - e a conversa continuou pela noite dentro. No dia seguinte tive uma certa dificuldade em falar com ele outra vez; o que não lhe escapou. Pretendi que estava de ressaca. Fui-me embora dias depois. Quando fazia o saco encontrei uma bala misturada na roupa; tinha uma etiqueta agarrada: "Enciclopédia das emoções humanas, versão condensada".
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.