7.3.11

Livro de Bordos - 5

Ainda agora cheguei e já estou cheio de vontade de me ir embora. E não é por causa do Carnaval, que me invade a casa, as orelhas e a paciência; é só porque me apetece voltar para o mar.

Os dias estão maiores. Hoje às sete menos um quarto ainda havia uma réstea de luz, um bocadinho de poente mais claro do que o resto do céu todo. Parece ridículo, falar de alongamento de dias quando se vive a 14º de latitude; e se calhar é. Mas o vento anda fracote, coitado. Estamos em Março: vai ter trabalho até às férias da Páscoa. Depois disso os dias "alongam-se", o vento cai, o calor chega (se o aquecimento global deixar, claro) e o Marin hiberna. Pelo menos é assim que vejo a coisa; já cá não estarei para confirmar.

O próximo embarque vai ser muito diferente deste que passou. Vou trabalhar no McDo do charter. Dez passageiros num 50' monocasco. Pensava que seria um horror, mas um amigo que trabalhou dois anos na Switch disse-me que não, as pessoas saem satisfeitas. "Vêm para férias", explica-me, "não estão para se chatear". Eu, tão cioso que sou do meu lebensraum duvido um pouco. A ver, como dizia o ceguinho.

Há classificações para a música pimba? Hierarquias, e assim? Se houver a nossa não é de certeza a pior.

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