23.4.11

Pró-corrupção

A principal fonte de corrupção é, na minha opinião, a legislação opaca, confusa, incompetente e (ou; acho mais correcto) irresponsável que sai do nosso legislador.

Como amanhã não será decerto a véspera do dia em que essa utilíssima prática vai terminar, acho que em vez de reclamarmos contra a corrupção a devíamos encorajar.

Isto é: a cada projecto desses que cheiram a corrupção a milhas, à vista desarmada (nunca chega aos olhos da polícia) os cidadãos do local ou área de actividade onde ele ameaça deviam juntar-se e oferecer ao respectivo autarca (ou responsável governamental, ou inspector-geral, ou o que quer que seja) uma soma igual, ou melhor ainda, ligeiramente superior, para que o projecto não se faça.

Claro que isto tem riscos - alguém se lembra da Oeiras de há trinta anos? Alguém lá quereria viver? Penso que não; se há uma pessoa que demonstre que corrupção e incompetência são coisas diferentes essa pessoa é Isaltino de Morais.

Mas também é verdade que sendo diferentes andam a maioria das vezes juntas. E por isso um movimento de cidadãos pró-corrupção me parece a melhor solução, não para acabar com ela mas para minorar os seus inconvenientes.

Já imaginaram: um país em que autarcas e responsáveis administrativos se deixam corromper não para fazer, mas para não fazer?

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