21.6.11

Partida

Um gajo passeia pelas ruas de Lisboa; senta-se na esplanada da Brasileira, bebe uma ginginha nas rua das Portas de St. Antão e, pouco mais longe, come uma chamuça no indiano da esquina. Bebe um porto no Solar do Vinho do Porto, beija uma miúda na estação do Rossio, senta-se no jardim da Estrela, passa pelas ruas que tão bem conhece e vê, porque as conhece bem, que mudaram, muito pouco: um novo bar aqui, uma loja que fechou ali.

Em breve partirá, dilacerado como sempre, ou um bocado mais. Pensa que nem quando tudo corre bem tudo corre bem. Ocorre-lhe a imagem de carris que insistem permanentemente em separar-se, em vez de irem obedientes, paralelos, para um objectivo comum.

"O absoluto é uma merda", pensa. "Mas não o trocaria por nada deste mundo".

Sem comentários:

Enviar um comentário

Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.