Vou muitas vezes ao parking onde a toquei pela primeira vez. É o quinto piso de um estacionamento subterrâneo, quase sempre vazio. Sento-me numa boca de incêndio e espero que ela apareça: 4 x 4 urbano, cabelos pretos como o pecado e um desejo de fazer o carro latejar. Toquei-lhe primeiro os seios, depois o baixo ventre: um pântano iluminado por dois faróis. Tinha um ventre liso e sentava-se muito direita no carro, como se estivesse a ser inspeccionada para a tropa, ou num aeroporto.
Mas nunca mais apareceu. Sento-me e vejo cimento cinzento, com traços brancos a delimitar o desejo.
Mas nunca mais apareceu. Sento-me e vejo cimento cinzento, com traços brancos a delimitar o desejo.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.