Há três argumentos em favor dos funcionários públicos que raramente vejo utilizados e são, quanto a mim, os únicos que merecem um pouco de reflexão.
(Antes, começo por dizer que funcionários públicos, aqui e daqui para a frente, são aqueles funcionários que nos infernizavam a vida porque faltava uma vírgula, porque a margem do requerimento não tinha 25 milímetros ou coisa que o valha (sim), etc. Não me refiro a professores, polícias, médicos que de uma forma geral fazem o seu trabalho correctamente.)
Primeiro: não são os FP que fazem as leis; eles limitam-se a aplicá-la, a maior parte das vezes mal e porcamente, sempre com a interpretação que mais prejudicava o público, é verdade. Mas o substracto legal não é culpa deles. Segundo: era preciso ser super-homem para resistir à tentação de ser um pequeno Hitler no ambiente de impunidade total que vigorava (creio que está a mudar; mas não sei se é wishful thinking). Terceiro: há crimes (o termo não é por acaso) em que a conivência da vítima também merece ser punida. Quando eu gritava, insultava, ameaça, observava, reclamava era muitas vezes criticado pelas outras pessoas que esperavam na "repartição", essa figura mítica da nossa vida. Quantas vezes não ouvi "você tem razão, mas não se pode dizer as coisas dessa maneira"?
Claro que estes argumentos são verdadeiros e justos; mas não justificam, de forma alguma, que se mantivesse intacta um monte de sanguessugas, piccoli dictatori, não raras vezes corruptos.
Só é pena que para isso sofram agora pessoas competentes e dedicadas.
(Antes, começo por dizer que funcionários públicos, aqui e daqui para a frente, são aqueles funcionários que nos infernizavam a vida porque faltava uma vírgula, porque a margem do requerimento não tinha 25 milímetros ou coisa que o valha (sim), etc. Não me refiro a professores, polícias, médicos que de uma forma geral fazem o seu trabalho correctamente.)
Primeiro: não são os FP que fazem as leis; eles limitam-se a aplicá-la, a maior parte das vezes mal e porcamente, sempre com a interpretação que mais prejudicava o público, é verdade. Mas o substracto legal não é culpa deles. Segundo: era preciso ser super-homem para resistir à tentação de ser um pequeno Hitler no ambiente de impunidade total que vigorava (creio que está a mudar; mas não sei se é wishful thinking). Terceiro: há crimes (o termo não é por acaso) em que a conivência da vítima também merece ser punida. Quando eu gritava, insultava, ameaça, observava, reclamava era muitas vezes criticado pelas outras pessoas que esperavam na "repartição", essa figura mítica da nossa vida. Quantas vezes não ouvi "você tem razão, mas não se pode dizer as coisas dessa maneira"?
Claro que estes argumentos são verdadeiros e justos; mas não justificam, de forma alguma, que se mantivesse intacta um monte de sanguessugas, piccoli dictatori, não raras vezes corruptos.
Só é pena que para isso sofram agora pessoas competentes e dedicadas.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.