É estranho chegar a Genève e estar calor. "Tropical", disse hoje a rádio. É o dia nacional suíço, e a perspectiva de um ambiente "tropical" para a festa - em Genève um dos grupos é tuaregue (Tinariwen) - deu com certeza um empurrãozinho ao entusiasmo do locutor.
A última vez que assisti a um 1º de Agosto em Genève o discurso do Maire foi para celebrar - e agradecer - a presença de estrangeiros. Desta vez há um músico suíço também, e já houve algumas especialidades nacionais: combates de vacas, por exemplo. Deve ser por causa do resultado da direita populista na últimas eleições.
Deus (e meia dúzia de pessoas) sabem que não sou de esquerda (e pouco dado a festas nacionais), mas devo reconhecer que em Genève prefiro de longe a extrema-esquerda à extrema-direita. Apesar dos inconvenientes - as rendas, por exemplo, exorbitantes devido à mirabolante protecção dos inquilinos - Genève é uma cidade agradável.
Já foi mais, diz-me S. A insegurança aumentou bastante. Já não se pode deixar a porta de casa aberta, e tiveram de pôr portas na garagem do prédio. Há violência juvenil, também. Mas não penso que com a direita populista no poder fosse muito diferente; e haveria decerto mais tráfico automóvel e menos bicicletas nas ruas.
De qualquer forma a verdade é que na Suíça os políticos têm pouco poder. Qualquer das suas intenções (ou ausência delas) pode ser refutada (ou instituída) via iniciativa popular, e muitas (as que concernem os impostos, por exemplo) têm obrigatoriamente de ir a referendo.
A música não estava muito alta; nada dos exageros lusos, nessa matéria. Neste país o único exagero é a falta de exageros.
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Isto dito, Genève não muda. Há dois anos e meio que não vinha cá; duas semanas e meia. "Mais obras", diz-me Helena. "Não", respondo. "Só mudaram de sítio. Genève está em obras há pelo menos sessenta anos, talvez mais". Os cafés não mudaram de nome, de decoração, de donos nem - provavelmente - de menus; algumas ruas fecharam, outras mudaram a circulação, mas isso significa apenas que as coisas estão na mesma; as árvores no jardim em baixo da casa de S. cresceram, mas pouco, muito pouco, como se não quisessem alterar a primeira visão que dele tivemos.
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Vou ao hospital e sou recebido com um sorriso luminoso. Duas vértebras e o cóccix partidos e é como se os seus problemas se resumissem a um pelo teimoso no sovaco, ou não poder trabalhar amanhã.Penso no "meu" hospital, em Lisboa. Na verdade não era muito diferente deste: corredores largos, limpos, sem doentes. Os hospitais portugueses reflectem bem a ambivalência do país, metade terceiro mundo metade primeiro (e não se misturam, coabitam em quartos separados).
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Talvez não se deva regressar a um lugar onde se foi feliz, mas não há nada de errado em voltar a um onde se foi infeliz. Antes pelo contrário.
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O francês é a língua mais bonita que conheço, a que vai mais longe na maldade e melhor exprime a paixão.
olá desconhecido pois estou em Suiça á 39 anos e só te digo tomara Portugal ser governado como a Suiça pois em Portugal a vontade do povo nem escutada é no que respeita á saude pagase mas tambem es servido isto digo eu porque tenho ou tive cinco anos de hospital e de clinicas espalhadas pela Suiça e nunca vi o que infelismente já vi aqui nos diversos hospitais tais como Évora São José Santa Mria e algo de muito que daria muito para escrever mas digo na Suiça os seguros de saude são pagos a peços bem caros mas estamos servidos um abraço.
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