Hoje vamos a uma festa em casa de G. Ia levar tapenade e hummus mas a verdade é que estou um bocadinho farto de ambos e acabámos por optar por uma bola de carne, que nunca fiz.
A minha maneira de cozinhar faz-me pensar naquela história dos dois cegos que entram num avião e, tacteando com as bengalas, perguntando aos passageiros da primeira fila de cadeiras onde é a cabine de pilotagem, lá acabam por encontrá-la. Sentam-se, ligam os motores e os passageiros, que até ali tinham pensado que era uma piada respiram funda e audivelmente.
O avião dirigiu-se para o início da pista e o aaahhhh dos passageiros tornou-se mais audível; acelerou e começou a corrida para descolar e o barulho do medo sobrepôs-se ao dos motores; até que o avião chega quase ao fim da pista, os passageiros não aguentam mais e gritam AAAAAAAAAAHHHHH. Nesse momento o avião descola e um dos pilotos diz ao outro "qualquer dia eles não gritam e espatifamo-nos".
Hoje foi assim com a bola; vamos ver se está boa. Se as pessoas gritarem acertei.
Não nos podemos queixar: temos comido a preços módicos e mais ou menos correctamente. No outro dia comprámos um frango que deu para uma canja, um frango corado no forno e acabou, honoravelmente, como recheio de fajitas.
Por vezes comemos fora: tapas, pintxos, porciones. Sempre me deu prazer descobrir que os meus preconceitos estão errados; mas poucas correcções foram tão agradáveis como a descoberta de que, contrariamente ao que pensei durante anos (seria mais correcto dizer gerações) a comida espanhola é excelente. Não é uma iluminação recente, mas a sua confirmação ainda hoje me faz dar graças a tão persistente preconceito - quanto mais enraizados e persistentes mais agradável é descobrir-lhes o engano.
Tivemos sorte com os nossos amigos de Palma. São ambos argentinos mas de planetas diferentes - um músico, outro técnico em electrónica naval; conheceram-se em Antigua, onde G. foi tocar o inverno passado. Através deles, cada um por seu lado, temos vindo a descobrir a cidade de uma forma particularmente aprazível: a Palma dos argentinos talvez não seja muito diferente da outra, mas é de certeza muito mais simpática.
A ver se a simpatia se mantém depois de provarem a broa.
A minha maneira de cozinhar faz-me pensar naquela história dos dois cegos que entram num avião e, tacteando com as bengalas, perguntando aos passageiros da primeira fila de cadeiras onde é a cabine de pilotagem, lá acabam por encontrá-la. Sentam-se, ligam os motores e os passageiros, que até ali tinham pensado que era uma piada respiram funda e audivelmente.
O avião dirigiu-se para o início da pista e o aaahhhh dos passageiros tornou-se mais audível; acelerou e começou a corrida para descolar e o barulho do medo sobrepôs-se ao dos motores; até que o avião chega quase ao fim da pista, os passageiros não aguentam mais e gritam AAAAAAAAAAHHHHH. Nesse momento o avião descola e um dos pilotos diz ao outro "qualquer dia eles não gritam e espatifamo-nos".
Hoje foi assim com a bola; vamos ver se está boa. Se as pessoas gritarem acertei.
Não nos podemos queixar: temos comido a preços módicos e mais ou menos correctamente. No outro dia comprámos um frango que deu para uma canja, um frango corado no forno e acabou, honoravelmente, como recheio de fajitas.
Por vezes comemos fora: tapas, pintxos, porciones. Sempre me deu prazer descobrir que os meus preconceitos estão errados; mas poucas correcções foram tão agradáveis como a descoberta de que, contrariamente ao que pensei durante anos (seria mais correcto dizer gerações) a comida espanhola é excelente. Não é uma iluminação recente, mas a sua confirmação ainda hoje me faz dar graças a tão persistente preconceito - quanto mais enraizados e persistentes mais agradável é descobrir-lhes o engano.
Tivemos sorte com os nossos amigos de Palma. São ambos argentinos mas de planetas diferentes - um músico, outro técnico em electrónica naval; conheceram-se em Antigua, onde G. foi tocar o inverno passado. Através deles, cada um por seu lado, temos vindo a descobrir a cidade de uma forma particularmente aprazível: a Palma dos argentinos talvez não seja muito diferente da outra, mas é de certeza muito mais simpática.
A ver se a simpatia se mantém depois de provarem a broa.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.